Temperamento difícil de prefeito faz seu grupo político esvaziar

O prefeito de Boquim, Eraldo de Andrade (PP), é uma figura que sabe incorporar muito bem o personagem do "coitadinho", da sempre "vítima" e, principalmente, do "político caridoso" e do "bolso fundo", que sempre consegue puxar cédulas de dinheiro para suprir necessidades imediatas das pessoas. Ele também é o político tarefeiro, que adora se dedicar a trabalhos práticos e manuais, não reservando tempo para planejar o futuro da cidade, pensar em obras estruturantes ou mecanismos para atrair o desenvolvimento.

Enquanto o gestor governa apenas para "enxugar gelo", os problemas crônicos da cidade continuam, não sabendo aproveitar a oportunidade de contar com um governador do Estado filho da terra. Infelizmente, Boquim se tornou em um centro de obras públicas inacabadas e de gente que se despede diariamente das suas famílias em busca de uma oportunidade de emprego fora de sua cidade.

O prefeito "bonzinho" e sempre "prestimoso" com as necessidades primárias de pessoas, mantém o seu eleitorado preso a unha, através da "indústria da indigência" que ele retroalimenta.

A mesma boca que diz "sim" a súplica dos necessitados, também é a mesma que humilha e ofende seus colaboradores e liderados. Ou seja, a "caridade" de um político com um comportamento tão dúbio deve ser visto, na verdade, como "vaidade".

Na mesma proporção como Eraldo consegue arregimentar novos eleitores, ele consegue colecionar novos inimigos. Sempre que consegue afastar um aliado, o atual prefeito de Boquim costuma declarar com orgulho que vai buscar repor a perda trazendo um novo aliado, que fazia parte do bloco de oposição. O prefeito de Boquim "troca de amigos, como se trocasse de roupa".

Assim, o atual gestor da ex-terra da laranja formou uma base política composta por falsos amigos e adversários inimigos, que já foram seus verdadeiros amigos.

Prova evidente do descontrole emocional do atual prefeito de Boquim, podemos citar o episódio do despejo dos pertences do atual vice-prefeito de Boquim, Chicão Almeida (PT), gritos e berros com diversos auxiliares, exonerações abrupta de aliados, entre outras situações deploráveis que renderia a escrita de um livro.

Agora, chegou o momento do senhor prefeito "colher os frutos" da sua conduta descontrolada. Quando a sua caneta começa a acabar a tinta e, por sua vez, a caneta do governador está no seu ápice de potência, a debandada em seu grupo começou. Muita gente que "comia apiado" em suas mãos, sofrendo calado e sem poder se expressar, conseguiram encontrar amparo no ombro amigo do pré - candidato a prefeito Jorge Mitidieri (PSD).

O estouro do cercadinho da "República de Cabeça Dantas", iniciou com o rompimento dos vereadores, Fernando de Beca e Toinho do Povo, além da liderança Gordinho do Mangue Grande. Em seguida, foi a vez do secretário de Agricultura do município, Jeferson Góis, entregar seu cargo e relatar em carta as humilhações que teria passado junto ao prefeito. Recentemente, importantes auxiliares como Mario Jorge e Jeferson Trindade também pularem fora desse barco. Por fim, o vereador Marquinhos Rezende também engrossou o caldo das pessoas que resolveram sair da base de apoio do bloco de situação.

Quando meses atrás, o prefeito Eraldo deu a sua palavra ao governador de Sergipe, dizendo que apoiaria a pré-candidatura de Jorge Mitidieri e começou a descumprir o acertado, ele já dava sinais claros que buscava um rompimento com o governo. Em seguida, quando não aceitou retirar o nome de Luiz Fonseca e apresentar ao governador um novo nome neutro para lançar para prefeito, Andrade assinou o recibo final do seu rompimento.

Agora, ao ver o ato infantil que teria praticado, vem sinalizando com a possibilidade de jogar a família Fonseca às traças, pois estaria com diálogo aberto com alguns sobrinhos do saudoso ex-prefeito Pedro Barbosa. Além disso, comenta-se que estaria em princípio de namoro com o senador Rogério Carvalho (PT), desejando atrair novamente o apoio do PT que ele tanto humilhou e falou mal em um passado recente.

Assim, através do seu comportamento difícil e dúbio, o atual prefeito de Boquim continua arregimentando falsos amigos e fabricando novos inimigos.

De fato, ele é "vítima" dos seus próprios erros, mas é incapaz de assumir a sua autoresponsabilidade.

O prefeito que dizia que faria sozinho o sucessor, ainda consegue fazer a mesma declaração arrogante? Eis a questão!