Fonseca e o alvo fácil para despejar.

Fonseca e o alvo fácil para despejar.
imagem: redes sociais.

Em entrevista nesta quinta-feira, 9, no programa do radialista Ricardo Trindade, na rádio Play Hits FM, o ex-prefeito de Boquim e primeiro suplente de dep. estadual, Luiz Fonseca (PP), revelou a sua intenção de disputar a prefeitura de Boquim, em 2024.

Fonseca, que já foi prefeito do município, na época não conseguiu fazer uma gestão que conseguisse garantir sua reeleição.

Há quase 20 anos atrás, mesmo com um eleitorado menor do que temos hoje, o saudoso Pedro Barbosa impôs a Luiz uma expressiva derrota, com 2.159 votos de frente.

Na entrevista, o ex-prefeito deixou escapar a sua frustração por ter lhe faltado apenas 316 votos, para conseguir uma vaga na Assembleia. Desta feita, o “alvo” fácil para “despejar” esse ressentimento foi o vice-prefeito de Boquim, Chicão Almeida (PT).

No afã de combater Almeida, o “amarelinho” se apegou a detalhes menores da fala de Chicão, na entrevista que o petista concedeu, no início desta semana, ao jornalista Luiz Carlos Foca (Itnet TV).

Alegando que Chicão teria criticado os Fonseca, Luiz fez um grande alarde, só porque o rapaz frisou que o seu apoio a Eraldo nas eleições passadas, foi confiando que este fizesse uma gestão com um viés inovador, diferenciado das características de grupos tradicionais. O que há de mal nisto? Um prefeito é obrigado a carregar consigo as mesmas características antigas dos que o apoiam? Eu acho que cada gestor pode implantar aquilo que acredita, mesmo tendo o apoio de tantos outros que pensam diferente.

Na verdade, é estratégico tentar destoar a fala do vice-prefeito, lançando uma “cortina de fumaça”, para tentar encobrir o fato político da semana, que foi o vice “despejado” de seu gabinete.

Embora Luiz negue, informantes dizem que o ex-prefeito também atribui parte de sua derrota a Eraldo, devido aos motivos que já dissemos anteriormente neste site.

Porém, com receio de perder o resto do controle do grupo político, Fonseca ainda poupa Eraldo de críticas públicas, pois ainda não teria condições de enfrentar a “caneta forte” do prefeito.

Ações destemperadas do atual mandatário do município, nos últimos anos, afastaram da órbita política de Luiz vários dos seus amigos, à exemplo de: Jorge Alves, Alexandre Barbosa, Alex Júnior, Buiu, João Fontes Jr, Gildeon do Mangue Grande, entre outros.

Entretanto, Fonseca omite estes fatos, também esquecendo que o único vereador eleito pelo PT, Jonas Vidal, foi seu eleitor. Ele só quis atribuir sua derrota aos petistas, os quais historicamente nunca tiveram tanta afinidade com a “Fonsecada”.

Para o suplente de deputado estadual, é cômodo atingir um vice “despejado” do poder municipal. Difícil seria apontar verdades contrárias ao atual prefeito, pois Luiz Fonseca ainda sonha ser o seu candidato a prefeito.

 

Diante de tais fatos, algumas reflexões precisam ser feitas:

- O que mais pesou para a derrota de Luiz: o não apoio de petistas ou de alguns amigos que Eraldo afastou?

- Qual foi o posicionamento político de Luiz Fonseca, quando Eraldo afugentava esses aliados?

- Quem mais prejudicou Fonseca: Eraldo ou Chicão?

- Os 390 votos que Chicão conseguiu para Professor Dudu, pesaram mais que os 1027 votos do obtidos por Pato Maravilha? Lembrando que o timoneiro de Pato Maravilha em Boquim foi o vereador Marquinhos Rezende, o qual Luiz tratava como um “afilhado”.

- Chicão traiu Luiz, só porque não quis votar em candidatos apontados por um prefeito que cortou seus espaços e, também, que trabalhou para arrancar alguns filiados do PT?

- Todos podem mudar a sua trajetória política, mas Chicão Almeida não pode? A família Fonseca agora é aliada dos Mitidieri, seus ex-adversários.

 

Pelo visto, receber “bofetadas” políticas do poderoso prefeito é algo suportável. Porém, levar um leve “beliscão” do vice “despejado” é um esperneio.

De fato, Chicão seria o alvo mais frágil para Fonseca “despejar” seus ressentimentos e frustrações reprimidas.

 

Por: Flavão Fraga – Jornalista.