Aracaju 2024: Resultados de eleições anteriores não dão boas perspectivas para a oposição

Aracaju 2024: Resultados de eleições anteriores não dão boas perspectivas para a oposição

Nos últimos dias, acompanhamos setores da imprensa, que fazem oposição a Mitidieri no governo e a Edvaldo na prefeitura de Aracaju, tentarem lançar holofotes sobre resultados eleitorais da disputa pelo governo de Sergipe em 2022, durante o primeiro turno.

Estes veículos estampam em suas manchetes, que a posição final de Mitidieri, durante a primeira etapa, seria uma referência que poderia determinar uma possível não ida do candidato das máquinas para o segundo turno da capital, agora em 2024.

O fato de Fábio Mitidieri ter chegado em terceiro colocado em Aracaju, durante a primeira disputa de 2022, não seria fator condenatório para o futuro de governistas em 2024. 

Na eleição anterior, todos sabiam da condição frágil de elegibilidade de Valmir de Francisquinho, o qual resolveu encarar uma candidatura inconsequente ao governo, mesmo sabendo das suas dificuldades jurídicas. Por este motivo, estrategicamente, Mitidieri teria sido bem orientado a não “pisar o pé no acelerador” durante o primeiro turno, optando por aguardar o auto desmanche do precário registro de candidatura do “Pato”.

Fábio sabia que a eleição de fato e de direito, se daria apenas no segundo turno, e que já estaria garantido neste espaço de qualquer sorte, sem necessitar grandes esforços. Todo o arsenal político teria sido armazenado para o momento certo: o segundo turno. E assim foi jogado o jogo...

O elevado índice de rejeição de Rogério na capital, a forte aderência de eleitores bolsonaristas a Mitidieri em rejeição ao PT, o forte poder de atração de votos da máquina estadual e, principalmente, o acordo mal compreendido entre Valmir e Rogério, foram elementos cruciais para o declínio drástico do nome do petista naquela ocasião.

Em disputas anteriores a 2022, também confirmam o grande poder que candidaturas governistas possuem de sair de índices mínimos e alcançarem grandes vitórias em disputas majoritárias. Eduardo Amorim, Valadares Filho e Rogério Carvalho são exemplos de candidaturas de oposição que iniciaram muito bem posicionadas, mas foram surpreendidas pelo impulso dado aos nomes apoiados pelo bloco governista. Jackson Barreto (2014) e Belivaldo Chagas (2018) para o governo, além de Edvaldo para a prefeitura de Aracaju em 2016, são referenciais desta capacidade de superação através da força da caneta.

Em Sergipe os mais experientes sabem que, na maioria dos casos, que vem tendo um “BOM COMEÇO”, ao final não vem encontrando as bênçãos de proteção do Senhor do “BOMFIM”.

Para realizarmos uma análise mais apurada, não basta apenas fazer a releitura isolada de um primeiro turno adverso, no qual um político “brincou” de ser candidato, através de um registro de candidatura precário. A boa reflexão precisa trazer à tona mais informações históricas, como aqui apresentamos.

Além dos argumentos limitados da imprensa oposicionista sobre este assunto, é importante frisar que as pré-candidaturas a prefeitura de Aracaju, de Candice Carvalho (PT) e Emília Correia (PRD), aparentam maior fragilidade que as investidas anteriores de Rogério Carvalho (PT) e Valmir de Francisquinho (PL). Candisse ainda seria uma neófita no ambiente de disputas políticas, muito pouco conhecida da grande massa votante e, também, só teria atuado politicamente através do exercício da sua profissão de comunicadora política. Já Emília, embora seja mais “cascuda” e experiente nas disputas eleitorais, apresenta grande dificuldade de construir política em grupo, sendo vista como pouco capaz de articular um arco de alianças em torno do seu projeto. 

Assim, além da pouca consistência destes  dois nomes apresentados pela oposição neste momento, a análise dos resultados de eleições passadas não oferece boas perspectivas oposicionistas em 2024, sobre a disputa pela prefeitura aracajuana.