Eraldo e a proposta que afronta e desagrada

Eraldo e a proposta que afronta e desagrada

Pelo andar da carruagem, o sonho de união de grupos políticos tradicionais em Boquim, sonhado pelo governador Fábio Mitidieri (PSD), estaria esbarrando no individualismo de alguns líderes locais.

Para construir tal possibilidade, o passo fundamental seria a escolha de um pré-candidato a prefeito que tenha livre acesso aos dois lados antagônicos, e que este nome não sofresse rejeição entre as duas vertentes que sempre se enfrentaram nas urnas.

Entretanto, o atual prefeito de Boquim prefere agir em desacordo a tudo isso, insistindo em apresentar o nome do ex-prefeito Luiz Fonseca, que sempre foi o simbolismo maior da política anti-Barbosa/Trindade.

Eraldo discursa como se fosse um fiel aliado ao governador, salientando que também deseja realizar um consenso entre todas as forças políticas boquinenses que apoiaram Mitidieri em 2022. Mas, mesmo assim, ele ainda defende a apresentação de um nome que afronta e desagrada totalmente o outro agrupamento que ele diz desejar compor. É muita contradição! Ele faz uma proposta já prevendo que ela jamais seria aceita.

O próprio Jorge Mitidieri já teria tranquilizado a sua base, assegurando que se houver alguma espécie de união entre grupos políticos tradicionais, o nome de Luiz Fonseca não faria parte da chapa majoritária, justamente para colaborar com as tratativas e, também, evitar a rejeição natural de seus antigos adversários.

Enquanto isso, o nome do empresário Jorge Mitidieri, que tem histórico de excelente relação entre os dois grupos oponentes, e poderia ser visto como um elemento facilitador de um possível entendimento, agora começa a ser descartado pelo agrupamento de situação municipal.

Ou seja, Eraldo prega uma hipótese de “união” que não existe sequer na sua própria mente. Essa tese de defesa do nome de Fonseca, só serve como uma espécie de “proposta indecente”, que embora o prefeito tenha a consciência que seria algo inaplicável a realidade dos fatos, mas que serviria como um artifício para ganhar mais tempo, mantendo seus adversários paralisados e sem exercer qualquer tipo de atitude de oposição.

Enquanto Eraldo e o clã Fonseca atuam nos bastidores palacianos do poder estadual como verdadeiros “encantadores de serpentes”, buscando vender a imagem de leais seguidores do governador, Fábio Mitidieri, o nome de Jorge Mitidieri é exposto nas ruas de forma desrespeitosa e vexatória por aliados da atual gestão municipal.

Enquanto isto, aliados locais da família Mitidieri só aguardam ansiosos por um ok dos seus lideres,  para poderem fazer a defesa incisiva do legado político do seu agrupamento.

Em verdade, mesmo com a postura republicana e respeitosa adotada por Mitidieri sobre o atual prefeito de Boquim, não notamos deste a mesma a mesma atenção e reciprocidade.

Por isto, alguns apoiadores locais do clã Mitidieri avaliam que já teria chegado o momento dos grandes líderes locais sentarem à mesa de negociação, de forma aberta e madura, para definirem qual vai ser o encaminhamento final de toda essa peleja política.

Ao pôr fim a estas indefinições, sabendo se "vai ou racha", estes acreditam que o eleitor teria mais clareza sobre o cenário político, uma vez que já estamos há poucos meses das próximas eleições.

Assim, política de Boquim sairá desse período de atrofia e perda de identidade, com a disputa voltando a assumir forma e características próprias.

Contudo, o governador como político comprovadamente hábil, deverá cravar o momento certo para fazer tais definições.

 

 

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Por: Flavão Fraga - Jornalista