Entre a fome de poder e a crise de abstinência.

Entre a fome de poder e a crise de abstinência.

 

Em 2020, o então prefeito de Barra dos Coqueiros, Airton Martins (PSD), possuía em seu agrupamento nomes mais fortes e competitivos, mas preferiu impor à sua sucessão o nome do então vereador, Alberto Macedo (MDB), mesmo consciente que ele no passado teria sido um péssimo prefeito e, principalmente, não possui características essenciais a um bom líder administrativo.

Em verdade, esse “risco” que Airton correu teria sido previamente calculado. O ex-gestor quis indicar alguém com mínima expressão política, para poder controlar toda a sua gestão e, em seguida, sonhando que este o devolvesse a caneta de prefeito.

Até poucos meses atrás, Airton Martins possuía, além do vice-prefeito que é seu sobrinho, detinha também uma enorme fatia de indicação de secretários municipais. Prova disto, foi que Alberto votou para deputado estadual em Adailton Martins, que é o “mano” do Airton.

Entretanto, as divergências entre o “criador” e a sua “criatura”, iniciaram apenas à partir do momento e que o ex-prefeito teria notado que o atual ocupante da caneta municipal estaria, na sua avaliação, com bastante “apetite de poder”.

Alberto começou a se movimentar para buscar a sua legitimidade de concorrer a reeleição, assim como a ampla maioria dos prefeitos o fazem, mas essa intenção teria esbarrado no velho líder barracoqueirense que foi o grande mentor do seu nome para ser o atual prefeito.

Por este motivo, o rompimento entre ambos foi algo inevitável, e agora Airton chama de “traidor” aquele que, até bem pouco tempo trás, partilhava com ele do mesmo “prato”.

Agora, dando sinais claros de “fadiga” financeira para manter uma política clientelista que sempre costumou praticar na Barra, comenta-se que Airton estaria sofrendo grave “crise de abstinência de poder”. Essa política de "migalhas", sempre foi o instrumento para manter a família Martins à frente dos espaços de poder.

O ex-prefeito, que costuma se auto exaltar o “pai dos pobres”, oferecendo “generosa ajudas” à pessoas vulneráveis, estaria agora penando, devido ao distanciamento momentâneo da máquina.

Por este motivo, estaria em curso um pedido de impeachment do atual prefeito, Alberto Macedo (MDB), motivado por denúncias graves apontadas pela bancada oposicionista de vereadores, liderada por Airton Martins.

Há quem diga, que este bloco “Airtista” estaria preparando o terreno para a deposição do atual gestor e, por consequência, a posse do seu vice, que já mencionamos aqui o seu grau de parentesco com Martins.

Desta feita, enquanto uma “criatura” incapaz e limitada, vem conduzindo a prefeitura à duras penas, o seu “criador” e também antigo “sócio” do caos que está instalado, vem agonizando, em uma aparente “crise de abstinência” do poder local.

Esta briga seria pelo “povo” ou para atender a “poucos”? Eis a questão...

 

Por: Flavão Fraga - Jornalista.