Rompimento oficial entre prefeito de Porto da Folha e vice acusado de usar a população para atacar a gestão da qual participava

O anúncio do rompimento político entre o prefeito de Porto da Folha, Everton da Saúde (União Brasil), e o vice-prefeito Saininho de Manoel de Rosinha (PT), surpreendeu lideranças em todo o estado de Sergipe, mas foi recebido com naturalidade pela população do município sertanejo. Para muitos moradores, a relação entre os dois já estava desgastada há muito tempo e o afastamento foi apenas uma “oficialização de uma convivência que já não existia”. Apesar dos esforços do prefeito em tentar manter viva a parceria, o seu vice parecia disposto a promover o confronto rasteiro contra a figura do titular da gestão municipal.
O que para observadores externos pareceu um racha inesperado, para os portofolhenses era um desfecho anunciado. O vice-prefeito, segundo relatos locais, há muito se comportava como adversário da própria gestão que ajudou a eleger. Embora tenha indicado aliados para cargos importantes da administração municipal, Saininho nunca demonstrou disposição para colaborar com o prefeito. Pelo contrário: agia nos bastidores para esvaziar a liderança de Everton e, publicamente, criticava a gestão pelas redes sociais, inflamando a população contra o governo que integrava.
Enquanto Everton, conhecido pelo perfil pacífico, enfrentava os desafios de uma prefeitura herdada com sérios problemas administrativos e financeiros, o vice se mostrava cada vez mais distante de qualquer postura institucional. Em vez de contribuir, Saininho parecia disputar cada centímetro do poder, desrespeitando a autoridade do prefeito em diversas ocasiões.
Relatos de bastidores dão conta, inclusive, de declarações controversas feitas por Saininho em ambientes informais, a exemplo de confraternizações em casa de amigos. Em uma dessas ocasiões, teria deixado escapar, entre um gole e outro de cerveja, a expectativa de que o prefeito se desse mal, o que o colocaria diretamente no comando da máquina pública. Tal fala levantou questionamentos sérios entre aliados do gestor: teria o vice desejado a saída do prefeito do cargo ao qual foi eleito?
Com o tempo, a situação se tornou insustentável. A atuação de Saininho deixou de ser apenas crítica e passou a ser vista como sabotagem interna. Por isso, o a confirmação pública do rompimento foi anunciada, como forma de conter o desgaste institucional e moral que o vice estava tentando impor a figura do prefeito Everton.
O fato político foi bem compreendido pela população local, que observava com tristeza as injustiças e deslealdades praticadas por um vice que não procurava preservar a estabilidade da gestão que dizia ser parte, colocando o gestor em um cenário conflituoso. “Essa rompimento foi necessário. Porto da Folha precisa de união e respeito, e não de disputa dentro do próprio governo”, comentou um morador.
Para a população, o afastamento entre os dois líderes já era uma realidade há muito tempo. Faltava apenas torná-la pública. E agora, com a ruptura oficializada, a cidade acompanha os desdobramentos de um governo que tenta se construir pelo trabalho focado, livre das tensões provocadas por uma relação política tóxica que, como muitos afirmam, há tempos deixou de ser respeitosa e saudável.