A celebração que homenageia o Dia Nacional do Vaqueiro, marcada para 20 de julho no Parque Recreativo Nilo dos Santos, pode ficar comprometida. Durante a sessão desta terça-feira (2), o vereador Pedro do Pajeú pediu vista — de última hora — ao projeto de lei que libera R$ 100 mil em subvenção municipal para a tradicional Festa do Vaqueiro de Porto da Folha (SE). A iniciativa, inesperada até para colegas parlamentares, interrompeu a tramitação de uma matéria que, segundo bastidores, tinha consenso prévio para ser aprovada por unanimidade.

A suspensão causou forte repercussão entre vaqueiros, comerciantes e artistas da região. Em nota oficial, a Prefeitura de Porto da Folha classificou o pedido como “isolado” e “sem qualquer justificativa técnica”, afirmando que a decisão “prejudica diretamente” todos os envolvidos na organização do evento. “É lamentável ver um vereador que se intitula vaqueiro agir contra a própria classe que diz representar”, critica o texto assinado pelo prefeito Everton da Saúde.

A gestão municipal enfatiza que o repasse proposto cobriria parte da estrutura da festa, considerada uma das mais importantes do calendário cultural local e responsável por aquecer a economia sertaneja. Mesmo diante do impasse, o Executivo já estuda alternativas para garantir a realização do festejo: “Seguimos firmes, ao lado dos vaqueiros, buscando soluções para que a festa aconteça e para que a verdade chegue ao conhecimento de toda a população”.

Até o momento, o vereador Pedro do Pajeú — tio do ex-prefeito Miguel — não explicou publicamente os motivos da manobra, atribuída nos corredores da Câmara a uma “mensagem de última hora”. O tema deve voltar à pauta na próxima sessão legislativa; enquanto isso, a incerteza paira sobre a continuidade de um evento que, há décadas, simboliza a identidade cultural de Porto da Folha e mobiliza milhares de pessoas do Alto Sertão sergipano.