Pelo visto, o ex-prefeito de Boquim, Eraldo de Andrade, ainda não digeriu bem o resultado das urnas em outubro de 2024, quando seu candidato à sucessão municipal, Juquinha das Plantas (SD), foi derrotado pelo atual prefeito, Jackson do Mangue (PSD).

Essa mágoa ficou evidente com a criação, por parte do ex-gestor, de um campeonato de futebol amador com partidas marcadas — coincidentemente ou não — para os mesmos dias e horários do tradicional Torneio Dilson Santos Oliveira. Este evento, que integra o calendário oficial do município há mais de uma década, homenageia a memória de um atleta boquinense que fez história como goleiro no futebol profissional sergipano.

Enquanto o prefeito Jackson apenas dá continuidade a uma tradição respeitada por diversas gestões, Eraldo de Andrade — em atitude típica de "viúvo do poder" — tenta emplacar o seu campeonato dos “quarentões”, numa clara tentativa de esvaziar o torneio da prefeitura e dividir o público local.

A postura do ex-prefeito vai além da provocação política. Ao insistir em rivalizar com uma ação institucional em vez de somar esforços, Eraldo prejudica a população desportista e atrapalha a economia local. Comerciantes ambulantes, que poderiam lucrar com eventos esportivos em datas diferentes, acabam vendo suas oportunidades divididas — e diminuídas.

Esse "segundo turno" encenado por Eraldo nos gramados de Boquim revela mais do que uma disputa esportiva: expõe um cenário de picuinhas políticas que pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento da cidade.