Decisão que afasta Sukita da campanha é vista como abusiva e contraditória
A exclusão de Manoel Sukita da campanha de sua filha, Isadora Sukita, nas eleições de 2024 em Capela, reflete uma prática considerada desproporcional e abusiva por parte da Justiça Eleitoral. A estratégia de um líder político condenado e inelegível lançar um familiar em seu lugar nas disputas eleitorais não é inédita nem exclusiva da família Sukita.
O ex-prefeito de Capela não é o primeiro inelegível a atuar de forma ostensiva na campanha de um parente próximo. O ex-deputado e atual presidente estadual do União Brasil, André Moura, adversário político de Sukita em Capela, recentemente elegeu sua filha, Yandra Moura, após ser declarado inelegível nas eleições de 2022. André, inclusive, foi o principal coordenador e "garoto propaganda" da candidatura de Yandra.
Além de André, diversos outros líderes adotaram a mesma estratégia, sem que decisões judiciais tão enérgicas quanto a imposta a Sukita fossem tomadas. Por que esse tratamento diferenciado?
Essa decisão da Justiça Eleitoral contra Sukita segue um padrão que muitos consideram desproporcional e injusto. Em 2020, durante as eleições municipais, Sukita também foi impedido de participar da campanha de sua irmã, Clara Sukita, que quase conquistou a prefeitura, sendo derrotada por uma margem mínima de votos. Na ocasião, o ex-prefeito argumentou que a proibição de sua participação restringia sua liberdade de expressão.
Embora seja essencial cumprir decisões judiciais, há quem considere essas medidas uma violação do direito fundamental à livre expressão e opinião. Não se trata de atestar a honestidade de Sukita, mas de questionar se sua inelegibilidade deveria impedir que ele expressasse suas opiniões políticas. O que parece evidente é que Sukita ainda é um nome forte e influente em Capela, o que causa desconforto entre seus adversários, que evitam uma disputa direta contra o "filho do vaqueiro".