Com a saúde de Lagarto em colapso, Sérgio Reis ostenta e faz selfie enquanto torra R$ 17 milhões em festa

30/06/2025 às 19:40:13

Enquanto a população de Lagarto enfrenta um cenário alarmante nas Unidades de Saúde, com longas filas, ausência de médicos e até mortes por negligência, o prefeito Sérgio Reis (PSD) destinou R$ 17 milhões para a realização do Festival da Mandioca deste ano. Apenas na contratação de três artistas — Wesley Safadão, Luan Santana e Leonardo — foram gastos quase R$ 3 milhões dos cofres públicos.

De acordo com os dados do programa Previne Brasil, do Ministério da Saúde, o município de Lagarto sofreu uma queda significativa no desempenho da atenção básica, refletindo diretamente no acompanhamento de gestantes, crianças, hipertensos e diabéticos, além da cobertura vacinal, que também apresentou retrocesso. O colapso no sistema de saúde já custou vidas: na Colônia 13 e no Posto Padre Almeida, dois óbitos foram registrados recentemente, ampliando a sensação de desespero da população.

A crítica à gestão municipal ganhou repercussão na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). A deputada estadual Áurea Ribeiro (Republicanos) subiu à tribuna para denunciar o que classificou como “caos” na saúde de Lagarto. “A população reclama diariamente da ausência de médicos, do atraso nos atendimentos e da total negligência. Estamos diante de um colapso”, disse a parlamentar, cobrando providências urgentes da Secretaria Municipal de Saúde.

A indignação não é restrita aos representantes políticos. Moradores da cidade utilizam as redes sociais para denunciar a falta de estrutura e o descaso, comparando a exuberância dos gastos com festas com a precariedade da saúde pública. O investimento milionário no Festival da Mandioca é visto por muitos como símbolo de uma gestão que prioriza o entretenimento em detrimento das necessidades básicas da população.

Além disso, a festa serviu de palco para que o prefeito Sérgio Reis promovesse um espetáculo de ostentação pessoal e culto à sua própria imagem e à de nomes do seu núcleo político. Em meio ao brilho dos shows e à estrutura cinematográfica montada para o evento, Sérgio posava para fotos e vídeos com o irmão, o deputado federal Fábio Reis, o deputado estadual Ibraim Monteiro e a vice-prefeita Suely Menezes. Eram selfies e mais selfies, em uma realidade artificial que destoa completamente da dura realidade enfrentada pela população pobre de Lagarto.

Sérgio Reis, que foi eleito prometendo uma transformação na saúde de Lagarto, hoje enfrenta duras críticas e até arrependimento público de eleitores. “Colocamos fé no projeto dele, mas o que estamos vendo é a saúde sendo abandonada”, afirmou uma moradora do bairro Novo Horizonte.

Diante desse cenário, cresce a pressão sobre a administração municipal para que reveja suas prioridades e comece a investir no que realmente importa para a população: saúde, dignidade e respeito à vida.