Ao travar festa de adversários, jeito novo de Sérgio Reis reproduz práticas políticas do passado

O prefeito de Lagarto, Sérgio Reis (PSD), eleito sob a promessa de representar um novo jeito de governar, parece repetir práticas antigas que tanto criticou durante a campanha. Em vez de pacificar o cenário político e buscar o bem comum, o gestor vem demonstrando uma postura de confronto com adversários, ainda que isso implique prejuízos diretos à população.
Segundo noticiado pelo site O Assertivo, Sérgio Reis teria se recusado a liberar prontamente o alvará necessário para a realização da tradicional festa junina lagartense Retirada do Mastro. O evento, que se consolidou como parte da identidade cultural do município, ganhou projeção durante a gestão da ex-prefeita Hilda Ribeiro (Republicanos), o que aparentemente incomoda o atual prefeito. Na comissão organizadora da festividade, não há nomes ligados a Sérgio Reis — e, ao que tudo indica, esse foi o motivo do boicote por parte do chefe do Executivo municipal.
A festa seria financiada com recursos provenientes de emenda parlamentar do deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos), destinada à Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (FUNCAP), com o aval do governador Fábio Mitidieri (PSD), que considerou legítimo o protagonismo dos Ribeiros na organização do evento. Ainda assim, a prefeitura, sob o comando de Reis, teria travado a liberação do evento por suposta resistência política.
A Festa da Silibrina, prevista para contar com apresentações dos artistas Natanzinho Lima e Henry Freitas, corre sério risco de não acontecer. Informações apontam que o prefeito teria se movimentado nos bastidores para inviabilizar o evento — uma celebração que atrairia visitantes, fomentaria o comércio local e aqueceria a economia da cidade.
A situação se torna ainda mais controversa diante do decreto municipal que declara estado de emergência financeira em Lagarto. Em plena crise, o município abre mão de um evento cultural tradicional e financeiramente viável, que seria custeado com recursos externos. Para muitos, a decisão do prefeito não é técnica nem administrativa, mas sim motivada por questões eleitorais e pessoais.
Moradores e lideranças locais não escondem a decepção. Nos bastidores, o comentário é de que Sérgio Reis ainda se incomoda com o sucesso da festa durante a gestão de Hilda Ribeiro e seu grupo político. Vale lembrar que a deputada estadual Áurea Ribeiro (Republicanos) conseguiu, inclusive, o reconhecimento da Retirada do Mastro e da Silibrina como Bens de Interesse Cultural do Estado de Sergipe.
Ao que parece, a política pequena segue conduzindo decisões que deveriam priorizar a cultura, a economia e o bem-estar da população lagartense.