A teatral CPI da Pizza de Barra dos Coqueiros
Em novembro do ano anterior, o bloco de vereadores liderados pelo ex-prefeito de Barra dos Coqueiros, Airton Martins (PSD), conseguiu instaurar uma CPI visando investigar um depósito suspeito, via pix, realizado por uma empresa na conta pessoal do atual secretário municipal de Meio Ambiente da Barra, Edson Aparecido dos Santos.
A partir de então, a descoberta da transação financeira fez recair sobre o auxiliar do atual prefeito, Alberto Macedo (MDB), a suspeita que este poderia ter feito algum tipo de negociata para a liberação de licenças ou alvarás de empreendimentos.
O mais intrigante de tudo isto, é que o investigado também ocupou a mesma função na gestão do ex-prefeito, Airton Martins (PSD), o qual foi o padrinho e maior responsável pela vitória de Alberto para o mandato de prefeito. Inclusive, Airton e família Martins participaram ocupando diretamente cargos na atual administração até meses atrás. Somente quando o atual prefeito confirmou que iria ser candidato a reeleição, Airton teria se sentido traído, pois pensava em receber o poder espontaneamente de volta.
Portanto, dando início a tal Comissão Parlamentar de Inquérito, que alguns barracoqueirenses estão apelidando de “CPI da Pizza”, deverão ser ouvidas nesta quarta-feira, 10, alguns depoentes que estão sendo arrolados a depor sobre a tal denúncia. É esperado que um filho e uma filha do prefeito Alberto, juntamente também com um irmão deste, possam ser ouvidos nesta comissão investigatória.
Porém, há quem aposte que a tal CPI seja um suposto espetáculo teatral, com um mero objetivo de tentar “sangrar” a imagem pública da gestão Alberto Macedo, sem desejar jamais aprofundar as investigações. Como o secretário investigado também foi auxiliar do governo Martins, existem comentários que bancada de oposição não queira radicalizar demais, ao ponto de cassar o mandato do atual prefeito ou de entregar a sua gestão ao ministério público. Será?
Há quem aposte que se houver uma puxada muito forte neste “novelo” de linhas entrelaçadas, as investigações poderiam tomar novos rumos e, quem sabe, acabar atingindo tempos anteriores. Queremos acreditar que não!
Então, fica a questão: Será que nesta suposta falsa disputa entre o “criador” (Airton) e a sua “criatura” (Alberto), estaria acontecendo realmente uma teatral “CPI da Pizza”?
Torcemos para que isto seja um alarme falso, embora aparentemente existam sinais que essa “briga” entre ambos, seria apenas para impedir que o poder local saísse a órbita de ambos, impedindo que alguma nova opção possa surgir.
Contudo, a única certeza que temos é que enquanto eles brigam ou fingem brigar, para apontar quem seria o mais ou menos sujo, as grandes necessidades da Barra deixam de ser discutidas no parlamento municipal.