Flávão Fraga

Análise: A neutralidade perigosa de Yandra em Aracaju

14/10/2024 às 10:39:55

Em uma fala carregada de mágoa, a deputada federal Yandra Moura, que se candidatou à prefeitura de Aracaju pelo União Brasil, expressou sua frustração com o resultado inesperado da eleição, onde não conseguiu garantir uma vaga no segundo turno, apesar da robusta estrutura de sua campanha. A deputada parece querer terceirizar as responsabilidades pelo seu insucesso para seus adversários, um grande erro político.

Quem entra em uma disputa acirrada deve estar ciente de que os resultados, positivos ou negativos, estão separados por uma linha tênue e que qualquer um dos cenários pode se concretizar ao final da contagem dos votos. Yandra, que possui grande talento político e um futuro promissor, demonstra uma certa imaturidade diante da derrota. É natural que todos os candidatos desejem vencer, e que utilizem todas as estratégias e críticas disponíveis para eliminar a concorrência. Isso faz parte do jogo político.

No segundo turno, era esperado que Yandra adotasse uma postura mais conciliadora, amenizando o discurso contra seus aliados governistas e buscando estabelecer um diálogo dentro do próprio espectro governista. O resultado final em Aracaju pode influenciar diretamente a disputa de 2026, podendo gerar consequências negativas para as ambições de seu pai e mentor político, André Moura, que almeja uma vaga no Senado.

Se Emília Correia (PL) for eleita prefeita, isso poderá fortalecer a candidatura de Valmir de Francisquinho ao governo, além de facilitar o projeto do atual deputado federal Rodrigo Valadares (PL) em sua tentativa de se tornar senador pelo bloco de direita, o que poderia prejudicar as aspirações de André Moura, que sempre navegou bem nas águas da direita sergipana.

Em nossa análise, a omissão e a postura mimada da deputada Yandra são preocupantes e podem ter repercussões ruins na sua própria trajetória política.

De fato, a raiva é uma péssima conselheira na política.