Na manhã desta terça-feira, 31, a Câmara de Vereadores de Boquim presenciou um momento histórico com a eleição da vereadora Imara Franca (PSD) como a primeira mulher a presidir o parlamento local. A sessão, marcada por discussões acirradas e tensões nos bastidores, quase culminou em um episódio de violência física, que felizmente foi evitado.

Imara, que já era um nome consensual dentro de seu grupo político após as eleições municipais de outubro de 2024, enfrentou uma resistência interna liderada pelo vereador Jonas Vidal (PSB). Apesar de contar com o apoio de renomados líderes e colegas vereadores, a vereadora viu sua terceira tentativa de assumir a presidência ameaçada por um movimento articulado de última hora por Jonas e Marquinhos Rezende (União Brasil). Ambos tentaram manter uma chapa dissidente, desafiando as orientações do governador Fábio Mitidieri (PSD) e do ex-deputado estadual Luiz Mitidieri, que já haviam manifestado apoio a Imara.

A tensão aumentou quando a chapa rebelde de Jonas quase conseguiu desestabilizar os compromissos previamente estabelecidos. No entanto, com a intervenção da família Mitidieri, a resistência foi desmantelada. Ao final da votação, Imara obteve o apoio de oito vereadores, enquanto apenas três se abstiveram: Jonas, Marquinhos e Jadinho do Mangue Grande. A composição da nova mesa diretora eleita foi a seguinte: Imara Franca (PSD) - Presidente, Toinho do Povo (PSB) - Vice, Léo de Nego (PL) - 1. Secretário, Vitor Maciel (PL) - 2. Secretário.

Após a derrota, Jonas e Marquinhos deixaram a sessão de forma abrupta, em um gesto considerado deselegante por muitos. Por outro lado, o vereador Jadinho permaneceu para reconhecer a vitória de Imara, demonstrando respeito pelo processo democrático.

A eleição de Imara Franca é um marco significativo para a política de Boquim, e espera-se que a nova presidente conduza um trabalho brilhante à frente da mesa diretora. Além disso, o momento serve de reflexão para os jovens vereadores descontentes, que devem aprender a ser mais tolerantes com os resultados democráticos, respeitando a palavra dada anteriormente e a natureza da política, que exige paciência, prudência e diálogo.

A trajetória de Imara Franca, que tenta pela terceira vez ocupar este simbólico espaço de representação política local, é um exemplo de perseverança, mostrando que, apesar das adversidades, é possível conquistar espaços historicamente dominados por homens. Sua liderança poderá inspirar futuras gerações de mulheres na política, promovendo uma representação mais equitativa e inclusiva.