Projeto que enfraquece cargo de vice pode trincar relação entre Ricardo e Emília?

28/03/2025 às 18:39:58

É de conhecimento público a reforma administrativa aprovada essa semana na Câmara de Vereadores de Aracaju, de autoria da prefeitura, que criou as secretarias da mulher, da pessoa com deficiência e da cultura. 

No entanto, nas entrelinhas, há um ponto que pode gerar atrito entre o vice-prefeito Ricardo Marques (Cidadania) e a prefeita Emília (PL). Ao consultar o projeto aprovado, consta uma emenda do vereador Pr Diego, a pedido do poder executivo, que na prática vai retirar poderes do vice. 

Em resumo, o vice-prefeito deixará de ser o presidente dos conselhos de administração das entidades da administração indireta, que passarão a ter a presidência exercida pelos secretários dos órgãos vinculados a estas entidades. O vice ficará presidindo somente os conselhos da Emurb, Emsurb e Funcaju. 

Na teoria, parece uma mudança simples. Na prática, é um gesto nítido de retirada da autonomia do vice-prefeito, que, apesar da tentativa de demonstrarem união e coalizão entre a prefeita e o vice, possui seu próprio agrupamento político e seus projetos pessoais. 

Ricardo tem evitado comentar sobre esse ponto do projeto, dizendo estar sempre ao lado da prefeita e ratificando suas decisões, aparentemente num receio de ser “rifado” pelo grupo da prefeita e seus aliados. 

Enquanto isso, o vice tem tido pouco espaço e dificuldade em atuar politicamente, de maneira proposital pelos que fazem a atual gestão, o que restou demonstrado pela movimentação legislativa acima mencionada. 

Emília e Ricardo sempre foram bons aliados enquanto vereadores e formaram uma chapa implacável. Resta saber até onde vai essa união e se ela resistirá aos anseios e ascensões políticas de ambos.

Por fim, há de se destacar que, mesmo na administração do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), frequentemente apontado como centralizador e vaidoso, houve uma movimentação nesse sentido. Nogueira não ousou fragilizar, na ocasião, suas vices, Eliane Aquino (PT) e Katarina Feitosa (PSD).


Por Flavão Fraga - FF Notícias