Uma moradora de Lagarto denunciou que a mãe, paciente hipertensa, recebeu duas vezes medicamentos vencidos na Unidade de Saúde da comunidade Matinha. Segundo ela, a primeira cartela, retirada em 10 de outubro, já estava vencida desde agosto de 2025. Na semana passada, ao retornar ao posto, novas cartelas vencidas foram entregues, e a paciente passou a apresentar dor de estômago, diarreia e mal-estar. Funcionárias ainda teriam afirmado que “é normal tomar remédio vencido”, declaração registrada em áudio.

A moradora afirma que a responsabilidade de conferir validade é do posto, e não do paciente, especialmente após a mudança de endereço da unidade, quando o estoque deveria ter sido revisado. Ela teme que outras pessoas também tenham recebido medicamentos fora do prazo, já que as entregas ocorreram em mais de uma data e possivelmente envolveram o mesmo lote.

A denúncia surge em meio ao crescente desgaste da gestão do prefeito Sérgio Reis, que assumiu Lagarto no início do ano e enfrenta críticas pela desorganização administrativa e pela piora nos indicadores da Atenção Primária. Dados do Ministério da Saúde mostram queda mês a mês no desempenho do município desde janeiro, o que acende alerta sobre a capacidade de acompanhamento e cuidado da população.

A família pretende formalizar queixa na Secretaria de Saúde e na Ouvidoria do SUS. Até o momento, a Prefeitura de Lagarto não se pronunciou sobre o caso.