Pesquisa revela fragilidade política e expõe crise precoce na gestão Sérgio Reis em Lagarto

A pesquisa de opinião realizada pela W1 Pesquisas joga luz sobre um cenário preocupante para a administração do prefeito Sérgio Reis. Ao encerrar o primeiro ano de mandato com apenas 49,6% de aprovação, a gestão não apenas deixa de alcançar um índice confortável, como também escancara um desgaste precoce que, em termos políticos, é considerado grave. Outros 33,7% desaprovam diretamente a forma como o município vem sendo administrado, enquanto 16,7% não souberam ou preferiram não opinar, o que, na prática, revela um prefeito sem maioria consolidada e sem respaldo sólido da população.
Especialistas em análise política são unânimes ao afirmar que, para uma gestão ser considerada minimamente viável e eleitoralmente segura, é necessário alcançar índices superiores a 65% de aprovação. Isso porque a aprovação administrativa nem sempre se converte automaticamente em votos numa eventual disputa pela reeleição. Parte do eleitorado que diz aprovar uma gestão pode simplesmente não votar no candidato, anular o voto ou migrar para outra opção. Por isso, percentuais abaixo desse patamar representam uma margem extremamente apertada e arriscada.
O dado se torna ainda mais negativo quando se leva em conta o momento do mandato. Tradicionalmente, o primeiro ano é marcado pela chamada “lua de mel” entre governante e população, período em que expectativas, discurso de mudança e esperança por dias melhores costumam inflar os índices de aprovação. Quando nem esse estágio inicial garante números robustos, o recado das ruas é claro: a empolgação passou rápido, e a população já percebeu que as promessas não se transformaram em resultados concretos.
O baixo índice não surge por acaso. Ele é reflexo direto de uma sucessão de episódios que marcaram negativamente o ano político em Lagarto. Projetos considerados impopulares avançaram na Câmara Municipal sem diálogo com sindicatos, servidores e a sociedade civil. O caso do PCCV aprovado a toque de caixa, rejeitado pelos trabalhadores, tornou-se símbolo de uma gestão que prefere impor decisões a construir consensos, mesmo tentando vender o contrário por meio de marketing institucional.
Enquanto servidores efetivos enfrentam congelamento salarial até 2027, cargos comissionados foram contemplados com reajustes expressivos, alguns beirando os 200%, aprofundando a sensação de injustiça e desvalorização de quem sustenta a máquina pública. Na saúde, o cenário de precariedade, falta de medicamentos e dificuldades de acesso reforça o sentimento de abandono vivido por grande parte da população.
Diante desse contexto, a pesquisa da W1 não apenas mede aprovação: ela antecipa um alerta político. Com menos de 50% de aprovação logo no primeiro ano, Sérgio Reis encerra 2025 longe do patamar mínimo de segurança apontado por analistas e especialistas. A margem é estreita, o desgaste é precoce e, se nada mudar, a “lua de mel” já ficou para trás — dando lugar a um cenário de desconfiança, frustração e crise de credibilidade.











