Mesmo em situação de calamidade e com gestão mergulhada em pendências financeiras com servidores, prefeita realiza mega festa em Monte Alegre
O município de Monte Alegre, localizado no sertão sergipano, enfrenta uma grave crise financeira que impacta diretamente a vida dos servidores municipais e da população. A gestão municipal tem sido alvo de duras críticas após a realização de uma festa milionária no dia 25 de novembro, em plena situação de emergência no município. Apenas dois dias depois, foi publicado o Decreto n° 1.773/2024, datado de 18 de novembro, que declara a situação de emergência devido à estiagem, levantando sérias questões sobre as prioridades na destinação dos recursos públicos.
A situação dos servidores municipais é alarmante. Servidores contratados estão com salários atrasados, comprometendo sua sobrevivência e sustento familiar. Os servidores efetivos, por sua vez, enfrentam a falta de pagamento de retroativos, acumulando meses de espera sem uma previsão clara de quitação. As dívidas previdenciárias relativas ao INSS patronal também estão em aberto, gerando preocupação quanto à regularização das contribuições e possíveis impactos nas aposentadorias dos servidores. Além disso, os precatórios não foram pagos, deixando credores e servidores sem as indenizações previstas por decisões judiciais, o que agrava ainda mais a desconfiança e insatisfação com a gestão municipal.
Enquanto isso, as comunidades rurais enfrentam uma verdadeira crise humanitária, sofrendo com a escassez de água potável em meio à estiagem, o que agrava a precariedade dos serviços essenciais. O contraste entre a crise financeira e a realização de uma festa milionária, que poderia ter sido evitada ou minimizada, é visto pela população como um ato de total descaso, gerando indignação e exigindo respostas claras e ações efetivas por parte da gestão pública.
Diante desse cenário, uma denúncia anônima foi encaminhada ao Ministério Público da 2ª Promotoria de Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, solicitando a investigação dos gastos públicos, a destinação de recursos e o cumprimento das obrigações financeiras com os servidores. A população exige que o Ministério Público, o Tribunal de Contas, o Poder Judiciário e a Câmara de Vereadores tomem medidas urgentes para garantir a responsabilidade fiscal, assegurar os direitos dos servidores e da população, e investigar a possível má gestão dos recursos públicos, que, aparentemente, estão sendo mal administrados em um momento crítico para o município.
As acusações são graves e devem ser analisadas de forma criteriosa pelos órgãos de fiscalização e controle. O município não pode continuar a ser governado com descaso, e a população exige que a gestão pública seja responsabilizada pelas pendências financeiras e pela falta de investimentos essenciais em áreas como saúde, educação e saneamento.