Márcio Macedo é chamado por Lula para integrar força-tarefa para acelerar demarcações de terras indígenas
Um dos objetivos do Acampamento Terra Livre, em Brasília, foi a caminhada até o Palácio do Planalto, na última quinta-feira, dia 25. Depois da marcha, 40 lideranças indígenas foram convidadas para uma reunião com o presidente Lula, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macedo, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara e a presidenta da Funai, Joênia Wapichana.
Foi uma reunião histórica em que o presidente e os ministros ouviram todas as reivindicações dos indígenas, representantes de dezenas de etnias, de todas as regiões do país. Os indígenas pediram, principalmente, para serem mais rápidas as demarcações de suas terras.
Lula e Macedo explicaram que há 4 terras que estão com questionamentos judiciais no Supremo ou com problemas políticos a serem resolvidos na Paraiba e em Alagoas.
O presidente determinou a criação de uma força-tarefa para saber o que exatamente está sendo questionado e como resolver essas pendências. A força-tarefa será comandada pelo ministério dos Povos Indígenas com o apoio da Secretaria-Geral da Presidência da República, ministério liderado por Macedo, do ministério do Desenvolvimento Agrário, do ministério da Justiça e da Advocacia Geral da União. A função da Secretaria-Geral, fazer o elo do governo com os movimentos sociais, e o perfil conciliador do ministro sergipano contaram para a inclusão da equipe de Macedo nessa missão.
Em entrevista coletiva depois da reunião, Marcio Macedo disse que a determinação de Lula foi para que a força-tarefa esteja pronta em duas semanas para começar o processo de busca de soluções para as quatro terras indígenas (duas em Santa Catarina, uma na Paraíba e uma em Alagoas). “No caso dessas terras indígenas no nordeste, temos informações de que uma tem cerca de 800 famílias não indígenas e outra tem mais de 400 famílias, todas seriam agricultores familiares. Não queremos conflito entre irmãos indígenas e irmãos agricultores familiares. Precisamos conhecer as situações com detalhes e ver o que pode ser feito pelo governo federal, o que deve ser implementado pelos estados. O compromisso do governo federal é com as demarcações”, afirmou o ministro.