A cidade de Boquim ainda sente os efeitos de oito anos de atraso e deterioração na infraestrutura pública, consequência da gestão de Eraldo de Andrade. Seu governo foi marcado por obras que, embora inauguradas com grande alarde, hoje revelam falhas estruturais e abandono. A Praça Hermes Fontes, uma das principais realizações de sua administração, exemplifica essa realidade. Inaugurada há pouco mais de um ano, a praça já enfrenta problemas graves: o coreto, símbolo do espaço, corre risco de desabamento, conforme alertou o engenheiro Guilherme, da gestão atual. Um laudo técnico sobre a situação será divulgado à população, mas o fato evidencia a fragilidade e a pressa das entregas realizadas na administração anterior.

E os problemas não param por aí. No bairro Miguel dos Anjos, a quadra poliesportiva inaugurada nos últimos meses da gestão de Eraldo está em ruínas. A estrutura apresenta uma grande rachadura no piso, bancos quebrados e, além disso, não possui traves para a prática de esportes. O local, que deveria ser um espaço de lazer, está tomado pelo lixo, frustrando os moradores que esperavam um ambiente seguro e funcional.

Até a educação, que deveria ser uma prioridade, sofreu com o descaso. O telhado do pátio da Escola Municipal Ananias Chaves Sobrinho, localizada na comunidade de Mangue Grande e entregue no final da gestão anterior, já apresenta falhas estruturais. Pais e professores se preocupam com a segurança das crianças e questionam a qualidade das obras realizadas na administração passada.

Esses episódios revelam um padrão preocupante: obras inauguradas sem o devido planejamento ou cuidado, apresentadas como uma narrativa de progresso que não se sustenta na prática. O que foi apresentado como um legado positivo de Eraldo de Andrade está, na verdade, deixando um rastro de problemas para a atual gestão e para os moradores de Boquim.

Agora, o prefeito Jackson enfrenta o enorme desafio de corrigir os erros do passado. A atuação do engenheiro Guilherme, que vem alertando sobre os problemas técnicos e estruturais, é um sinal positivo de transparência e compromisso da nova administração. No entanto, Boquim precisa de mais: a população exige não apenas a solução dos problemas herdados, mas também a garantia de que os recursos públicos serão utilizados de forma responsável daqui para frente.

A questão que permanece é: foram oito anos de progresso real ou apenas de maquiagem para ocultar a falta de planejamento? O legado de Eraldo de Andrade está desmoronando, e cabe agora à nova gestão provar que é possível construir uma Boquim melhor, com obras sólidas e respeito ao patrimônio público. O tempo das promessas acabou. É hora de agir com responsabilidade e eficiência.