Hoje na História: O 11 de Setembro e o Mundo em Choque.

Na manhã de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos viveram o maior atentado terrorista de sua história. Quatro aviões comerciais foram sequestrados quase simultaneamente por 19 membros da organização extremista Al-Qaeda, liderada por Osama bin Laden. Dois deles atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, símbolo máximo do poder econômico americano; um terceiro se chocou contra o Pentágono, em Washington, sede da defesa nacional; e o quarto, após a resistência de passageiros, caiu em um campo na Pensilvânia, antes de alcançar o alvo pretendido.
O impacto foi devastador. Às 8h46, o voo American Airlines 11 colidiu contra a torre norte do World Trade Center. Apenas 17 minutos depois, às 9h03, o voo United Airlines 175 atingiu a torre sul, em uma cena transmitida ao vivo pela televisão para todo o planeta. O choque coletivo aumentou quando, às 9h59, a torre sul desabou, seguida pela torre norte às 10h28, transformando o coração financeiro de Nova York em um cenário de ruínas e poeira.
O atentado deixou 2.977 vítimas fatais, entre civis, bombeiros, policiais e militares, sem contar os 19 sequestradores. Mais de 6 mil pessoas ficaram feridas, e milhares tiveram sequelas físicas e psicológicas. A tragédia não foi apenas uma catástrofe humana: foi também um ataque direto à maior potência mundial, atingindo sua economia, sua segurança e sua confiança interna.
Ainda nas primeiras horas após os ataques, as autoridades americanas começaram a apurar a autoria. Rapidamente, a suspeita recaiu sobre a Al-Qaeda, grupo já conhecido por atentados anteriores, como as explosões contra embaixadas dos EUA na África em 1998 e o ataque ao destróier USS Cole em 2000. Em poucos dias, o FBI divulgou os nomes e perfis dos sequestradores, todos de origem árabe, treinados em técnicas de aviação e ligados à rede terrorista de Bin Laden.
As investigações mostraram que os extremistas haviam planejado o ataque durante anos, infiltrando-se nos EUA com vistos estudantis e aprendendo pilotagem em escolas de aviação americanas. A estratégia foi meticulosa: escolher voos longos, carregados de combustível, para transformá-los em mísseis humanos contra alvos de alto valor simbólico.
A Comissão do 11 de Setembro, criada pelo Congresso em 2002, publicou um relatório oficial em 2004. O documento detalhou as falhas na comunicação entre agências de inteligência e segurança, que não conseguiram compartilhar informações cruciais que poderiam ter prevenido os ataques. Ficou claro que, apesar de sinais anteriores, o sistema de defesa norte-americano não estava preparado para enfrentar um ataque dessa magnitude.
O impacto global foi imediato. Nos EUA, o presidente George W. Bush declarou a "Guerra ao Terror", que levou à invasão do Afeganistão em outubro de 2001, com o objetivo de derrubar o regime do Talibã, acusado de abrigar Bin Laden. Poucos anos depois, em 2003, o país liderou a invasão do Iraque sob a justificativa mais tarde contestada de combater armas de destruição em massa e o terrorismo.
Internamente, foi criado o Departamento de Segurança Interna (Homeland Security) e reforçadas medidas de vigilância, como a Lei Patriota, que ampliou os poderes do governo para monitorar comunicações e movimentações de suspeitos. Aeroportos em todo o mundo adotaram novos protocolos de segurança, mudando para sempre a experiência das viagens aéreas.
Um marco da História
O 11 de Setembro não foi apenas um atentado: tornou-se um divisor de águas. A imagem das torres desmoronando diante de milhões de telespectadores marcou a memória coletiva da humanidade. Foi um ataque contra símbolos de poder militar e econômico, mas também contra a sensação de invulnerabilidade que os Estados Unidos carregavam.
As investigações e seus desdobramentos mostraram não apenas a ousadia dos terroristas, mas também as fragilidades de um sistema globalizado, em que informações circulam com velocidade e grupos radicais podem usar essa abertura para se articular.
Vinte anos depois, as consequências ainda são sentidas: guerras, mudanças geopolíticas e um mundo mais vigilante. O atentado às Torres Gêmeas permanece como um lembrete doloroso de que a segurança absoluta é uma ilusão e de que a história pode mudar em questão de minutos.
Murilo Gomes
Jornalista e empreendedor
Aracaju/11/09/2025