Falta de médicos, estrutura precária e terceirização: vereadora Sônia Meire denuncia caos na saúde sob gestão de Emília Corrêa

Durante pronunciamento na manhã desta terça-feira (27), na Câmara Municipal de Aracaju, a vereadora Sonia Meire (PSOL) fez duras críticas à situação da saúde pública da capital sergipana. A parlamentar denunciou a carência de médicos e dentistas nas unidades básicas, a dificuldade dos usuários em agendar consultas e a precariedade das estruturas físicas dos consultórios.
“É um cenário muito difícil para a população”, afirmou a vereadora, relatando visitas feitas a diversas unidades de saúde em bairros da cidade. Ela destacou que, apesar do empenho dos profissionais, as equipes são reduzidas, os servidores terceirizados estão sobrecarregados e há acúmulo de funções. “Tem trabalhador que ao mesmo tempo marca consulta e dispensa remédio. Isso é desumano”, pontuou.
Segundo Sonia, a origem dos problemas está em uma combinação de fatores: a ausência de concursos públicos para a contratação de profissionais efetivos, a falta de investimentos na ampliação e manutenção das unidades básicas e o avanço da terceirização de serviços essenciais, como a realização de exames laboratoriais — prejudicada pela inexistência de laboratórios próprios da rede municipal.
A parlamentar criticou ainda a morosidade da gestão da prefeita na resolução dessas demandas. “São cinco meses de mandato e ainda há questões básicas que não podem esperar mais um mês sequer”, alertou. Sonia citou o caso de uma mãe de dois filhos autistas que aguardam há mais de um ano por laudos médicos, situação que ela presenciou durante visita à unidade Elizabeth Pita, no bairro Santa Maria.
Apesar das dificuldades, a vereadora reforçou seu compromisso com a fiscalização e com a proposição de soluções. “Nosso papel não é apenas apontar os problemas, mas apresentar alternativas. A população não pode mais esperar”, concluiu.
A denúncia de Sonia Meire amplia o debate sobre os impactos da terceirização e da precarização do trabalho na saúde pública, levantando questionamentos sobre a responsabilidade do poder público em garantir um serviço digno, eficiente e universal.