Fábio colhe os sorrisos da esperança semeada por Déda, no hospital onde a dor encontra cuidado

15/12/2025 às 12:11:33

A inauguração do Hospital do Câncer de Sergipe Governador Marcelo Déda é mais do que um ato administrativo: é a  abertura de um ciclo de esperança semeado há muitos anos. 

Marcelo Déda foi o primeiro a enxergar, com nitidez, que Sergipe precisava de um hospital dedicado ao tratamento oncológico, capaz de aliviar a dor de quem viajava longas distâncias em busca de atendimento. Não era engenheiro, como fazia questão de lembrar, mas foi o dirigente que escolheu essa obra, que decidiu tirar o projeto do papel e vinculá-lo à sua visão de Estado: um governo que protege os mais vulneráveis. Déda nos deixou de forma precoce, levado justamente pela doença que este hospital agora enfrenta com mais estrutura. A suavidade dessa ironia dolorosa só é suportável porque o legado que ele semeou continua produzindo frutos.

Também é necessário reconhecer, com a mesma serenidade, que sonhos dessa envergadura só se concretizam quando atravessam governos. A decisão de concluir o hospital, assumir o cronograma e entregar a unidade em condições de funcionar pertence ao governador Fábio Mitidieri, que soube compreender a dimensão simbólica e prática dessa obra para a população sergipana. Antes dele, governadores como Jackson Barreto e Belivaldo Chagas, além de outras lideranças políticas, mantiveram vivo o compromisso com o Hospital do Câncer. 

Os números ajudam a dimensionar o que está sendo entregue. O Hospital do Câncer de Sergipe Governador Marcelo Déda , localizado no bairro Capucho, em Aracaju, conta com 230 leitos, sendo 135 de internação, que incluem leitos de UTI adulto e pediátrico, isolamento e enfermarias, 20 leitos de pronto atendimento e 75 dedicados à quimioterapia. Trata-se do maior investimento da história da saúde pública estadual voltado ao tratamento oncológico, com recursos que ultrapassam R$ 170 milhões.

A importância concreta desse equipamento para quem enfrenta o câncer é imensa. A nova unidade amplia a Rede de Atenção Oncológica, reforçando e reorganizando o fluxo de pacientes que hoje dependem do Huse, do Hospital de Cirurgia e do Hospital Universitário. Na fase inicial, o hospital expande de 24 para 60 os pontos de infusão para quimioterapia adulta, um crescimento de 150% em relação à capacidade atual, com previsão de funcionamento ambulatorial e de diagnóstico por imagem já nos primeiros meses de operação. Isso significa mais acesso, menor tempo de espera, atendimento mais próximo de casa e uma rede articulada de cuidado, reabilitação e cuidados paliativos.

Diante desse cenário, voltar às palavras de Déda não é um gesto de saudosismo, mas de justiça histórica. Quando ele confessou, em 2013, a angústia de poder fazer a obra e não “colher o sorriso” dos sergipanos, falava do exato momento que o estado vive agora. “Quando vocês forem colher os sorrisos lembrem de mim” não soa como pedido de homenagem pessoal, mas como um lembrete sobre o sentido maior da política: entregar resultados que mudem vidas de verdade, especialmente nos momentos de maior fragilidade.

Hoje, a esperança semeada se transforma em alívio para as famílias, em confiança dos profissionais e na sensação de que o Estado, enfim, chegou junto. Esse brilho compõe o sorriso coletivo do povo sergipano, um sorriso que resplandece, não por apagar as dores, mas por afirmar que elas não serão enfrentadas sozinhas. E, enquanto esses sorrisos forem colhidos, a memória de Marcelo Déda seguirá presente, serena, no melhor lugar onde um homem público pode permanecer: no resultado concreto das políticas que ajudou a inspirar.

Por Dr. Rafael Melo - Advogado