O secretário de Meio Ambiente de Barra dos Coqueiros e, também, o sócio proprietário da construtora Ocean Barra, Idalício dos Santos Neto, entraram em contradição nos depoimentos prestados em Delegacia de Polícia. 

Enquanto o secretário Aparecido afirmou que recebeu R$80 mil da Ocean Barra. Por sua vez, o dono da construtora garante que pagou R$50 mil, dividido em 3 parcelas.

Edson Aparecido afirma que o dinheiro recebido, seria para a realização de um estudo sobre a área em que seria construído um condomínio particular, tocado pela OCEAN BARRA. O secretário destacou que: “precisou contratar o serviço de AEROFOTOGRAMETRIA e os custos deveriam ser arcados pela construtora”. Segundo Aparecido, os R$80mil que recebeu foi repassado para a TOP NORTH ENGENHARIA, 30 dias após. 

Enquanto isso, a empresa de engenharia apontada por Aparecido, com sede no bairro Inácio Barbosa, em Aracaju, que teria sido a recebedora da quantia, ainda não foi ouvida no inquérito e, muito menos, confirmou se recebeu o dinheiro tal valor.

AUTORIZAÇÃO NEGADA

A origem do pagamento do dinheiro se deu após a Secretaria de Obras ter recusado o pedido de liberação, feito pela Ocean Barra, para construir um condomínio, no Povoado Capuã, em Barra dos Coqueiros. 

A OCEAN BARRA, por meio de seu sócio, Idalício dos Santos, interessado em conseguir o Relatório de Impacto de Vizinhança, teria procurado Edson Aparecido, após a negativa da Secretaria de Obras.

A Secretaria de Obras negou a solicitação, justificando que a obra ocuparia uma parte da área verde da localidade e precisava adicionar uma área similar no empreendimento. A Construtora alegou, que o afastamento de 150 metros entre a construção e a linha praia/mar já contava com área verde. 

PASSANDO POR CIMA

Segundo depoimento prestado à Polícia, Aparecido disse que aceitou a proposta, porque era preciso realizar um estudo na área de construção do condomínio. Tal posicionamento de Edson Aparecido, em contraposição à Secretaria de Obras, teria causado estranhamento entre os seus servidores, pelo fato do secretário de Meio Ambiente ter supostamente passado “por cima” de uma decisão técnica.

Idalício, em seu depoimento, revelou que foi diretamente até o secretário Edson Aparecido, que de imediato indicou a solução para o problema. “Realizar um estudo na área para liberar a área e autorizar a construção do condomínio", disse empresário em depoimento. 

Idalício também afirmou que precisava do conhecimento de Aparecido sobre questões ambientais. Edson, segundo ele, teria sido utilizado como meio para realização dos estudos de impacto ambiental.

Na Delegacia, Idalício assumiu que somente ele fez os pagamentos para a conta pessoal de Edson Aparecido e seu sócio da Ocean Barra, José Carlos Monteiro, nunca fez transferências bancárias para Edson Aparecido. Ele afirma que o investimento feito no pagamento ao secretário Edson Aparecido compensou. “O estudo feito na área de construção do nosso condomínio acabou beneficiando o município e também novos empreendimentos na Barra dos Coqueiros”.