No último domingo, 9, o clima político em Boquim ferveu mais do que o sol do povoado Muriçoca. O deputado estadual Georgeo Passos (Cidadania) desembarcou na cidade ao lado do empresário Adilton Lima, ex-candidato a vice-prefeito na chapa apoiada pelo ex-prefeito Eraldo de Cabeça Dantas nas eleições de 2024.

Os dois circularam juntos numa agenda extensa, de ponta a ponta do dia, começando pela final do Campeonato Adelson da Muriçoca — evento que, curiosamente, virou palco de uma cena política que deu o que falar nos bastidores.

Ao perceber a chegada de Georgeo e Adilton, o ex-prefeito Eraldo — hoje aliado do deputado estadual Pato Maravilha (PL) — não teria disfarçado o desconforto. Fontes próximas garantem que o semblante do líder da ex-República de Cabeça Dantas mudou na hora, e que ele preferiu se afastar do campo para evitar cruzar olhares com o quase ex-aliado Adilton.

E o motivo é simples: a nova dupla incomodou. Adilton, que até pouco tempo marchava com o grupo de Eraldo, agora aparece de braços dados com um deputado diferente daquele apontado pelos eraldistas — enquanto Juquinha das Plantas, o candidato a prefeito da antiga chapa, segue firme no apoio ao deputado estadual Adailton Martins (PSD).

Nos bastidores, corre o boato de que Pato Maravilha sonha em convencer Eraldo e o governador Fábio Mitidieri (PSD) a reatarem os laços políticos. Mas, até o momento, nada indica que esse retorno vá acontecer. Uma coisa é certa: se Eraldo tiver uma recaída política e voltar a declarar voto em Mitidieri, Adilton Lima — agora aliançado com um dos deputados mais críticos ao governo estadual — tende a ser uma das vozes mais fortes da oposição em Boquim ao lado de Juquinha das Plantas nas eleições de 2026. Será?

Traduzindo: a oposição de Boquim, que já andava desorganizada, parece ter entrado de vez no modo “cada um por si”.

Pra completar o roteiro do domingo político, Georgeo Passos e Adilton ainda apareceram na Igreja Santa Rita de Cássia — num gesto que muitos interpretaram como a “selagem simbólica” dessa nova aliança.

Nos bastidores, o comentário é só um: a visita de Georgeo balançou as estruturas do grupo eraldista. Pato Maravilha, o deputado apadrinhado por Eraldo, agora terá de disputar o mesmo eleitorado oposicionista com Georgeo Passos — e, de quebra, com Adailton Martins, apoiado por Juquinha.

Se a política é uma dança, a oposição local parece ter trocado a música — e tem muita gente dançando fora do compasso.