Ao exonerar indicados de Ricardo Marques, Emília assina o recibo da traição

04/11/2025 às 14:27:08

Demorou, mas o recibo saiu. Após a prolongada guerra fria entre a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), e o seu vice, Ricardo Marques (Cidadania) — que revelamos semanas atrás em participação no prestigiado programa do comunicador Luiz Carlos Focca, na TV Atalaia —, eis que a prefeita resolveu colocar o carimbo oficial no rompimento com seu companheiro de chapa. Mandou embora os indicados dele da Prefeitura.

O Diário Oficial, geralmente um espaço burocrático e sem sal, dessa vez virou o palco do desfecho de uma novela política — um autêntico dramalhão mexicano com gosto de vingança.

Quem acompanha o vaivém dos dois já sabia que a relação estava por um fio. O entorno de Ricardo vinha soltando indiretas, o de Emília também. E ambos, estrategicamente, fingiam que os disparos não eram com eles. Mas, no fim, a corda arrebentou do lado mais fraco: o dos nomeados.

Agora, o que antes era cochicho de bastidor — ou uma análise bem-informada deste jornalista disposto — virou fato público e notório.

Nos corredores, aliados do vereador falam em “traição com endereço, data e assinatura”. Já os defensores da prefeita juram que não foi nada pessoal — apenas uma questão de “gestão”. Mas ninguém engole essa versão polida. Em política, ninguém exonera indicados de um ‘amigo’ por engano.

Com o gesto, Emília limpa o terreno e se reposiciona no tabuleiro de 2026. Ricardo, por sua vez, sai da história com o discurso pronto: o de quem confiou demais em quem só esperava a primeira oportunidade pra puxar o tapete.

No fim das contas, a prefeita até tentou disfarçar. Mas, ao exonerar os indicados, acabou assinando o recibo — com firma reconhecida e tudo.

Não estamos aqui para chamá-la de traidora, tampouco para dizer que não o seja. Mas, no jogo da política, quando o silêncio estratégico persiste e ninguém verbaliza uma guerra que está em curso, a vítima geralmente é quem foi expulso dos espaços de poder.