Num cenário em que bilhões de reais podem ter sido desviados dos bolsos de aposentados e pensionistas em todo o país, causa indignação que apenas um dos três senadores sergipanos tenha tido a coragem de se posicionar em defesa da verdade e da justiça. Alessandro Vieira (MDB) foi o único representante de Sergipe no Senado a assinar o pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Enquanto o silêncio de Laércio Oliveira (PP) e Rogério Carvalho (PT) gera estranheza e desapontamento, Alessandro reafirma seu compromisso com a ética na política e com a proteção dos mais vulneráveis. Sua atuação não é novidade: desde o início do mandato, tem se destacado como uma voz firme contra a corrupção e o uso indevido dos recursos públicos. Agora, mais uma vez, toma a dianteira numa batalha que não pode ser ignorada.

Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), o esquema criminoso envolvendo descontos indevidos nos benefícios do INSS pode ter causado um rombo superior a R$ 6,3 bilhões. Pelo menos 11 associações são suspeitas de firmar convênios fraudulentos com o instituto, aplicando cobranças sem o consentimento dos segurados — muitos dos quais sequer tinham conhecimento do que estava sendo descontado.

Diante de um golpe dessa magnitude, que atinge justamente aqueles que mais dependem do sistema de seguridade social, esperar passividade ou neutralidade dos parlamentares é inaceitável. Ao assinar o requerimento da CPMI, Vieira mostra que ainda há, no Senado, quem esteja disposto a enfrentar os interesses escusos escondidos nos bastidores da burocracia e da má-fé institucionalizada.

A omissão dos demais senadores sergipanos diante de um escândalo dessa gravidade merece reflexão. Já a postura de Alessandro Vieira merece respeito — e, sobretudo, o apoio da sociedade sergipana. Em tempos de descrédito na política, sua atitude prova que ainda existem representantes que honram o mandato com coragem e responsabilidade.