Eraldo deverá perder até ganhando!

Eraldo deverá perder até ganhando!

Independentemente do resultado da eleição em Boquim este ano, uma certeza é inegável: a partir de janeiro, Eraldo de Andrade (PP) não será mais o prefeito, independentemente de quem vença entre os atuais pré-candidatos.

Eraldo, que poderia ter selado um acordo com o governador Fábio Mitidieri (PSD) para concluir suas grandes obras paralisadas e garantir uma base política sólida para seu período pós-mandato, optou por um projeto mais arriscado. Ele decidiu tentar emplacar um sucessor, mesmo sem garantir que terá controle sobre ele, uma vez que é natural que a maioria dos prefeitos eleitos queiram governar ao seu próprio modo.

Ao seguir esse caminho, Eraldo perdeu a oportunidade de sair da gestão como um prefeito reconhecido por realizar grandes obras em parceria com o governo do Estado. Além disso, abriu mão da possibilidade de ter proteção governamental durante seu período pós-mandato e de se estruturar para uma candidatura a deputado estadual em 2026.

Dessa forma, Eraldo continua se desgastando emocionalmente, politicamente e financeiramente na tentativa de eleger um candidato próprio. Se o seu pré-candidato Juquinha das Plantas (Solidariedade) vencer, Eraldo poderá momentaneamente alimentar seu ego, mas a realidade é que ele será apenas um ex-prefeito acompanhando o novo administrador, que pode seguir um caminho independente, como aconteceu com o saudoso ex-prefeito de Boquim, Pedro Barbosa. Barbosa também acreditava que seu sucessor, Jean Carlos, seria seu liderado, mas acabou frustrado ao perceber que ninguém é igual a ninguém e que todos tem uma personalidade diferente.

Infelizmente, Eraldo não percebeu esse risco quando negou por várias vezes as vantajosas propostas oferecidas pelo clã Mitidieri, preferindo escutar figuras próximas que só estão preocupadas em manter os seus atuais espaços na prefeitura local.

Caso Jackson do Mangue Grande (PSD) vença, a situação será ainda pior para Eraldo, pois terá a prefeitura e o governo contra ele.

Ao decidir não aderir ao projeto do pré-candidato a prefeito Jorge Mitidieri (PSD), que poderia garantir uma base política futura, Eraldo fez uma escolha arriscada. Essa decisão não só compromete o futuro da cidade, ao criar uma relação distante entre o governo e a prefeitura, como também enfraquecerá Eraldo no futuro próximo, visto que Fábio Mitidieri ainda tem dois anos de mandato e pode até ser reeleito. Além disso, o próximo prefeito de Boquim não será mais Eraldo, e sua influência será nula. 

Portanto, independentemente do resultado final da eleição, Eraldo deverá perder até ganhando, pois sua decisão arriscada comprometeu o futuro da cidade, o seu próprio legado e, principalmente, futuras oportunidades políticas.