Durante a sessão da Câmara Municipal de Aracaju desta terça-feira, 3 de junho, o vereador Elber Batalha Filho (PSB), líder da bancada de oposição, fez um discurso contundente contra a postura da prefeita Emília Corrêa (PL) em relação ao Legislativo da capital sergipana. Segundo o parlamentar, a atual chefe do Executivo municipal estaria tentando silenciar as vozes críticas dentro da própria base aliada, além de enfraquecer o papel fiscalizador da Câmara.

No início de sua fala, Elber usou de um forte simbolismo para ilustrar sua crítica. “É assim que a prefeita Emília Corrêa quer ver a bancada dela: amordaçada, sem direito a fala, sem direito a voz, sem direito a qualquer reclame”, declarou da tribuna, apontando o que considera uma tentativa de cerceamento do livre debate político no parlamento aracajuano.

O vereador também fez referência a um episódio recente em que debateu com o colega Isaac, que integra a base da prefeita. Na ocasião, Elber destacou que foi questionado sobre o motivo de considerar que a base governista teria abdicado de seu dever de fiscalizar. “Eu lhe digo: das posturas que Emília tinha”, respondeu, relembrando a atuação da própria Emília Corrêa quando exercia o mandato de vereadora.

“Elber Batalha comparou a atual prefeita com sua versão parlamentar do passado: combativa, questionadora, defensora do direito ao contraditório. Para ele, essa imagem de vereadora fiscalizadora era apenas uma personagem construída com fins eleitorais. ‘Estou crente que ali era uma personagem criada e interpretada incessantemente por anos para atingir o seu objetivo’, afirmou.”

O líder oposicionista finalizou sua fala com um recado direto à base governista, afirmando que cada vereador tem o direito de se posicionar, inclusive de se calar, mas que essa escolha não pode ser imposta como regra geral. “Se Vossa Excelência quer abdicar do Parlamento em nome da bancada, é um direito de Vossa Excelência”, disse.

O discurso de Elber Batalha ressalta o crescente tensionamento entre a oposição e a gestão municipal, num momento em que a Câmara de Aracaju se vê pressionada a exercer seu papel de fiscalização diante das decisões do Executivo. A crítica à tentativa de silenciar o debate político amplia o debate sobre a autonomia do Legislativo e o respeito à diversidade de vozes dentro do Parlamento.