Novembro chega com a certeza de voos cada vez mais altos para o artesanato sergipano. Desta vez, é na capital do Brasil que Sergipe apresenta toda a riqueza e potencialidade de um trabalho singular que perpassa gerações e resulta na geração de emprego e renda para inúmeras famílias. Como forma de incentivar e valorizar o trabalho, a arte e a cultura da categoria, duas associações e sete artesãos do estado foram selecionados, via edital lançado pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), para participação no 16º Salão do Artesanato - Raízes Brasileiras, feira nacional que inicia hoje, 15, e se estende até o próximo domingo, 19, na Arena de Eventos do Pátio Brasil Shopping, em Brasília/DF.

“Eu tenho muito orgulho de ser sergipano, de ser artesão e estar aqui representando o nosso estado em mais uma feira. Quero aqui agradecer o apoio do Governo do Estado que tem proporcionado a nossa participação em grandes feiras, levando o nosso artesanato por todo Brasil, não só pelo Brasil, mas por todo o mundo”, afirma Ivo dos Santos, artesão integrante da Associação de Desenvolvimento Comunitário Renascer da Malhadinha, do município de Poço Verde, no centro sul do estado, que, além de expor e comercializar no evento, também representa a sua mãe, Rosilene Santos, destaque como mestra artesã sergipana, com espaço reservado para exposição de peças produzidas por ela.

Ivo ressalta a felicidade por ele e a mãe serem os únicos representantes da categoria de mestres do estado de Sergipe. “Minha mãe não pôde vir, mas estou aqui representando ela. É motivo de muita alegria estar aqui nesse espaço, onde tem mestres de todo o Brasil e nós somos um deles. Nosso principal produto, que é o nosso referencial, é a rede. Além da rede, a gente trouxe, também, a nossa nova coleção que são bolsas, passadeiras, peseiras… estamos com um mix de produtos novos, aqui, para mostrar para o pessoal”, completa.

Quem também compartilha do orgulho de ser sergipano é o artesão Edson Barreto, do município de Santana do São Francisco, na região do baixo São Francisco, que participa pela primeira vez da feira nacional. “Muito orgulhoso de representar o meu lugar e o meu estado. A expectativa é grande, porque o nosso artesanato, com o apoio do Governo do Estado, sendo mostrado para todo mundo, fica a expectativa de vender mais ainda. Tem vários artesanatos aqui, a exemplo da panela [de barro], para gente fazer uma feijoada boa, nossos barquinhos que tem o pescador na jangada, o São Francisco pescador, as nossas casinhas de pássaros… ou seja, um artesanato diverso, a gosto de todos, para que saiam daqui satisfeitos com os nossos produtos. O orgulho de ser artesão é grande. Isso aqui é tudo feito com amor para que o cliente leve para sua casa aquilo que a gente mais gosta, com todo carinho”, afirma ele.

Para a artesã sergipana Maria José, o evento é uma oportunidade de negócios, reencontros e trocas de experiências. Natural de Nossa Senhora das Dores, ela conta que foi aos 8 anos de idade que iniciou no artesanato, tendo a mãe, que é mestra e artesã, como inspiração. Desde então, tem desenvolvido habilidades, especialmente com os bordados, seja rendendê, ponto cruz ou crochê. “O artesanato, na minha vida, é tudo. Foi com ele que criei meus dois filhos e estou criando meus netos. Gosto de trabalhar, gosto de fazer e gosto de atender o público”, conta ela.

Expansão e oportunidade

Com uma área de 50m², o estande sergipano possui uma diversidade de tipologias artesanais, desde a exposição e comercialização da renda irlandesa, Patrimônio Cultural do Brasil, até peças em couro, cerâmica, barro, bordados e palhas. Aracaju, Divina Pastora, Poço Verde, Nossa Senhora das Dores, Santana do São Francisco e Barra dos Coqueiros estão entre alguns dos municípios sergipanos representados por meio das peças disponíveis para comercialização.

“Estamos, hoje, com artesãos que, inclusive, nunca participaram de rodadas de negócios e, pela primeira vez, vieram e estão encantados. Sergipe está participando, mais uma vez, de uma das maiores feiras de artesanato em Brasília e, mais uma vez, o Governo do Estado e a Secretaria do Trabalho vêm fazendo bonito com a categoria do artesanato. Nós estamos aqui representados por intermédio de cooperativas, associações, grupos… estamos aqui promovendo o crescimento econômico do estado de Sergipe, levando mais emprego, mais renda ao povo sergipano, trabalhador, que tanto merece”, destaca a diretora de artesanato da Seteem, Daiane Santana.

Os artesãos sergipanos estão entre os mais de 600 participantes representantes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Promovida pela Rome Eventos, a feira também conta com o apoio do Programa de Artesanato Brasileiro (PAB) e do Governo Federal, com estimativa de movimentação econômica de cerca de R$ 4 milhões em vendas locais e negócios futuros, além de oportunidades de empregos diretos e indiretos, segundo a Agência Brasília.

Fonte: Secom / Governo de Sergipe.