Sérgio Reis desafia liderança de Mitidieri, antecipa alianças e tumultua articulações governista para 2026

30/04/2025 às 13:13:28

O atual prefeito de Lagarto, Sérgio Reis (PSD), que contou com o apoio aberto e decisivo do governador Fábio Mitidieri (PSD) para se eleger, após anos de ostracismo político do seu agrupamento, o “Saramandaia”, agora parece atropelar as discussões que caberiam à liderança maior do grupo governista. Caberia ao governador, responsável direto por sua ascensão, a prerrogativa de indicar os candidatos que deveriam receber o apoio de Sérgio nas eleições de 2026. Este deveria ser a atitude esperada em retribuição!

No entanto, em vez de aguardar com paciência as definições que Mitidieri deverá tomar no próximo ano, o prefeito de Lagarto se posiciona como um político autônomo, articulando nomes para a chapa majoritária de forma descoordenada e, por vezes, desrespeitosa à condução do governador.

Sérgio Reis começou essa movimentação ao declarar apoio antecipado à reeleição do senador oposicionista Rogério Carvalho (PT), mesmo antes de qualquer sinalização de aliança entre Carvalho e Mitidieri — uma “queimada de largada” diante de quem deveria liderá-lo. Em seguida, passou a agir como um verdadeiro “promíscuo eleitoral” na escolha do segundo nome ao Senado: gravou vídeo jurando apoio ao senador Alessandro Vieira (MDB), depois apareceu em foto sugestiva ao lado do ex-deputado federal André Moura (União Brasil), que também almeja o Senado, e, por fim, selou a “romaria” política com um almoço ao lado do também pré-candidato Edvaldo Nogueira (PDT).

Além disso, Sérgio Reis resolveu agora também opinar sobre a composição da chapa ao Governo do Estado, indicando publicamente a atual superintendente do Sebrae em Sergipe, Priscila Felizola, como o nome ideal para vice-governadora, desconsiderando o nome do atual presidente da Assembleia Legislativa, Jeferson Andrade (PSD), aliado histórico do grupo governista e visto como natural postulante à vaga.

Com essa postura de “leilão” de seu apoio político e de tentativa de influenciar prematuramente a formação da chapa, Sérgio Reis não apenas confunde os postulantes, como também tenta isolar o deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos) — seu adversário local — dos diálogos com os pré-candidatos. Mas o prejuízo maior recai sobre o próprio governador Fábio Mitidieri, que se vê diante de um cenário tumultuado, com múltiplas pré-candidaturas estimuladas indevidamente por um aliado que deveria lhe obedecer e aguardar pela unidade do bloco.

Mitidieri, que já enfrentará grandes desafios para montar uma chapa unificada ao Senado e ao Governo dentro do bloco governista, agora também terá de lidar com o comportamento errático e precipitado do prefeito de uma das cidades mais importantes do estado — justamente aquele que recebeu seu apoio mais enfático na última eleição.

A nosso ver, Sérgio Reis deveria respeitar a condução política do governador e aguardar suas decisões. Afinal, por muito menos, Mitidieri já demonstrou desconfiança e afastamento de aliados considerados apressados demais.