Sem entregar obras, gestão Sérgio Reis avança sobre o bolso dos mais pobres com novo IPTU

Sob o discurso de modernização e justiça tributária, o Projeto de Lei Complementar (PLC) do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) enviado à Câmara pelo Prefeito Sérgio acende um alerta vermelho para a população de Lagarto. Uma análise aprofundada da proposta revela que, por trás de uma suposta preocupação social, o que se esconde é uma avassaladora expansão da base de contribuintes e a imposição de mais impostos a uma população que, em grande parte, sequer tem acesso a serviços básicos dignos.
A narrativa oficial tenta convencer que não haverá aumento, mas os números e a realidade local contam outra história. Se, antes, aproximadamente 10 mil imóveis pagavam IPTU em Lagarto, a estimativa é que esse número salte para mais de 40 mil propriedades, incluindo diversos povoados que, até então, estavam isentos. Para quem nunca pagou nada, passar a pagar qualquer valor já é, sim, um aumento brutal na despesa mensal.
A Ilusão da Nova Isenção: R$ 50 Mil, o Novo R$ 20 Mil
O prefeito alardeia a ampliação da isenção para imóveis residenciais com valor venal de até R$ 50 mil, em comparação com os R$ 20 mil anteriores. Mas essa medida, que parece um alívio, é na verdade uma cortina de fumaça. Especialistas apontam que os R$ 50 mil de hoje mal corrigem a inflação e a valorização imobiliária que tornaram os R$ 20 mil de ontem insuficientes. Na prática, a mesma faixa de imóveis de baixo valor que já era isenta continuará sendo, sem que haja uma real expansão do benefício. É um reajuste disfarçado de generosidade, que ignora o empobrecimento da população e o avanço dos preços.
Pagar sem Receber: A Tragédia dos Povoados na Lama e Poeira
A parte mais perversa da proposta atinge em cheio as comunidades mais vulneráveis. Povoados que antes não tinham IPTU, mas também não tinham asfalto, saneamento básico, iluminação decente ou acesso facilitado à saúde, agora serão incluídos na base de contribuintes.
"Não faz sentido cobrar imposto de quem vive na lama e na poeira, sem uma rua asfaltada, sem um esgoto. Onde está o benefício que justifique essa cobrança? É o povo pagando por um serviço que nunca foi ofertado, um imposto sobre o abandono", desabafa uma moradora de um povoado que será incluído na lista. Esse é o cerne do projeto: um discurso social com uma malícia profunda por trás, forçando quem mais precisa a financiar uma estrutura que não os atende.
Milhões em Empréstimos e o Velho Caos: A Arrecadação como Única Prioridade
É inegável que a Prefeitura de Lagarto está de olho em um único objetivo: aumentar a arrecadação. E para isso, está disposta a apertar o cinto de quem já vive com dificuldades. O grande paradoxo é que essa busca desenfreada por mais dinheiro não se traduz em melhorias para a cidade.
A saúde pública de Lagarto continua um caos, marcada por filas, falta de médicos, remédios e estrutura precária, mesmo após a gestão ter contraído milhões em empréstimos que, aparentemente, não foram suficientes para solucionar os problemas básicos da população. O emprego é escasso, a pavimentação é uma promessa distante para a maioria das ruas, e a transparência na gestão, em vez de ser uma regra, parece ser uma exceção, com licitações questionáveis que apenas a força popular consegue barrar. (Lembre-se do cancelamento da licitação de 9 milhões para salgadinhos, após intensa pressão popular, mostrando a fragilidade das prioridades da administração).
Em resumo, o Projeto de Lei do IPTU do Prefeito Sérgio se configura como um verdadeiro fardo para a população lagartense. Ele não traz benefícios reais, não corrige as desigualdades e, muito menos, promete melhorar a qualidade de vida. Pelo contrário, expande a cobrança de impostos para quem não pode pagar, sem qualquer garantia de retorno em serviços. É a política do "Rei Sérgio": primeiro o bolso do contribuinte, depois, talvez, o básico para a cidade. Lagarto, mais uma vez, parece ser refém de uma administração que prioriza a arrecadação em detrimento do bem-estar de seu povo.
É tempo de cobrar, fiscalizar e não se calar. Lagarto merece respeito e uma gestão transparente que trabalhe para o povo, e não contra ele.