Preços dos alimentos nos EUA sobem 24%: consumidores se adaptam, varejistas inovam

Os preços dos alimentos nos EUA registraram um aumento significativo, superando 24% desde a pandemia, com uma projeção adicional de 3-4% para o ano corrente. O analista de varejo Phil Lempert prevê novos aumentos de 5-10% em 2026, representando uma pressão considerável sobre os consumidores americanos, que estão modificando seus hábitos de compra em conformidade. Entre os fatores que contribuem para essa inflação estão as tarifas sobre vários produtos, desde ração animal até peças de maquinário, e uma escassez crítica de mão de obra agrícola, especialmente na Califórnia, onde o medo de deportação dissuade trabalhadores, levando à deterioração de alimentos nos campos e ao aumento dos custos.
A natureza volátil das políticas comerciais, caracterizada por tarifas flutuantes, está criando uma incerteza substancial para agricultores, fabricantes de alimentos e varejistas, tornando o planejamento de longo prazo extremamente difícil. Embora a China tenha feito recentemente seu primeiro pedido de soja dos EUA, a longevidade desse comércio permanece questionável, refletindo casos anteriores de imposição e remoção de tarifas. O impacto dessas dinâmicas comerciais é evidente nos bens de consumo, com fantasias de Halloween, em grande parte importadas da China, experimentando aumentos de preços de 20-40%.
Em resposta ao aumento dos custos, os consumidores estão adotando novas estratégias, incluindo uma mudança acentuada para marcas próprias, que melhoraram em qualidade, e uma maior dependência de alimentos congelados. Uma mudança comportamental significativa é a redução do desperdício de alimentos, com os americanos sendo mais conscientes de não descartar comida, uma prática que anteriormente representava cerca de 40% de todo o desperdício de alimentos nos EUA. Os varejistas estão se adaptando melhorando a qualidade e o valor de suas ofertas de marca própria, emulando o sucesso de redes de desconto como Aldi e Lidl, e selecionando suas escolhas de produtos de forma mais estratégica.
O debate também abordou o desempenho financeiro dos supermercados. Antes da pandemia, as margens de lucro líquido médias giravam em torno de 1,5%, subindo para pouco menos de 3% durante a pandemia antes de diminuir. Os varejistas estão investindo em tecnologias como etiquetas eletrônicas de prateleira para mitigar o aumento dos custos de mão de obra e lidar com a escassez, pois atrair e reter funcionários de supermercado tornou-se cada vez mais difícil. Esse movimento em direção à eficiência também é observado em estratégias de varejo mais amplas, embora algumas empresas de tecnologia, como os supermercados automatizados Amazon Go, tenham falhado devido a uma desconexão com a natureza essencial e experiencial das compras de alimentos.
Além das preocupações internas, o analista da China Clifford Coonan discutiu o acordo comercial EUA-China, caracterizando-o como mais teatral do que economicamente substancial, com problemas subjacentes provavelmente persistindo. Ele observou que, embora a guerra comercial tenha afetado a economia da China, o país conseguiu redirecionar exportações e empregar táticas para se apresentar como vítima. Enquanto isso, o economista Phillip Agius enfatizou a necessidade urgente de a Europa se reformar e inovar para permanecer competitiva em relação aos EUA e à China, um sentimento que ecoa relatórios sobre a inovação da UE ainda não totalmente implementada.











