Gestão do prefeito Sérgio Reis é alvo de denúncia do Conselho de Medicina

O abandono da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) “Padre Almeida”, localizada no povoado Colônia Treze, foi denunciado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremese) e pelo Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) em recente fiscalização feita na unidade de saúde. De acordo com o presidente do Cremese, Jilvan Pinto, a unidade possui uma alta demanda de pacientes, incompatível com a quantidade de profissionais disponíveis, e a estrutura do local não favorece à segurança, que foi considerada precária, após a tentativa de estupro sofrida por uma médica. O Conselho destacou que a unidade Padre Almeida não tem condições para funcionar 24h.
Em campanha eleitoral, o então candidato a prefeito, Sérgio Reis, prometeu cuidar da saúde da população lagartense, indicando que essa seria uma de suas prioridades, caso fosse eleito. Após 9 meses de gestão, a Saúde Pública em Lagarto é o caos da administração pública. Reis é considerado pelos eleitores como o pior prefeito da história do município.
A crise na saúde no município de Lagarto começou em janeiro com a contratação, sem licitação, da Associação de Modernização e Integralização Pública (AMIP), uma terceirizada que custou aos cofres públicos, pelo período de 06 meses, a quantia de R$ 18 milhões. O contrato expirou no mês de junho, porém, no mês seguinte a Prefeitura renovou o vínculo com a AMIP por mais seis meses, gerando R$ 18 milhões de despesas para o município de Lagarto.
A gestão Sérgio Reis descaracterizou a UPA da Colônia Treze e retirou, gradativamente, os serviços de urgência que eram prestados anteriormente. Agora, a Unidade de Pronto Atendimento funciona, na prática, como uma UBS – Unidade Básica de Saúde. Os segurados do SUS que utilizaram os serviços da UPA reclamam que a população está sofrendo com o abandono da saúde na gestão do prefeito Sérgio Reis.
De acordo com o relatório elaborado pelo Conselho Regional de Medicina de Sergipe, a Unidade de Pronto Atendimento não tem condições de funcionar 24 horas como está previsto pela Secretaria Municipal da Saúde de Lagarto. O Cremese observou que a sala de estabilização não possui respirador e que a unidade não faz exames laboratoriais.
TENTATIVA DE ESTUPRO
O município de Lagarto voltou a frequentar as páginas policiais nos principais jornais do Brasil e nas editorias dos sites mais lidos do país, como Folha de São Paulo e Metrópoles. A notícia de suposta tentativa de estupro contra uma médica, dentro da Unidade de Pronto Atendimento da Colônia Treze ganhou repercussão nacional. A médica da UPA, apontada como vítima do crime hediondo, não teria recebido assistência da Prefeitura e ainda foi demitida após registrar o boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Segundo o Conselho Regional de Medicina do Estado de Sergipe (Cremese), o crime ocorreu no dia 9 de setembro, quando o suspeito chegou no local, não fez triagem para atendimento e foi direto ao consultório da médica. O conselho disse ainda que o suspeito não tinha relação com a vítima, e que ele não aparentava buscar atendimento médico.
O Cremese afirmou que a direção da unidade de saúde demonstrou descaso diante da gravidade da ocorrência. A direção da UPA não teria apoiado a médica vítima da violência, nem teria colaborado com as investigações para identificar o autor da tentativa de estupro. Apesar da médica pedir os vídeos da ocorrência, a direção da Unidade de Pronto Atendimento teria se negado a entregar as provas para apuração dos fatos junto à Segurança Pública. A Polícia Civil de Sergipe, por meio da Delegacia de Atendimento à Mulher e demais Grupos Vulneráveis (DAGV) de Lagarto informou que abriu investigação para apurar a denúncia, incluindo a coleta de depoimentos e a solicitação das imagens do circuito de monitoramento da unidade de saúde.