Funcionários da empresa Renova paralisam atividades e mais uma vez a coleta de lixo em Aracaju entra em colapso

Aracaju voltou a enfrentar sérios transtornos com a interrupção da coleta de lixo nesta terça-feira, 3 de junho. Desta vez, a paralisação foi provocada por funcionários da empresa Renova Serviços de Coleta Especializados LTDA, que suspenderam as atividades em protesto contra o não pagamento de benefícios trabalhistas, como vale-transporte e vale-alimentação. O episódio escancara os impactos da gestão da prefeita Emília Corrêa (PL), que trocou a tradicional Torre Empreendimentos por empresas contratadas emergencialmente, em uma decisão que agora cobra um alto preço da população e dos trabalhadores.
A Torre prestava serviço com qualidade e regularidade há décadas na capital. Mesmo assim, a prefeita preferiu não prorrogar o contrato emergencial com a empresa – que havia sido firmado na gestão anterior – e optou por contratar duas novas empresas: a própria Renova (responsável pelos lotes 1 e 4) e a Aksa Serviços de Locação de Mão de Obra (lotes 2 e 3). A justificativa apresentada foi uma suposta economia de cerca de R$ 33 milhões em seis meses, já que o contrato anterior custava R$ 85 milhões e o atual está estimado em R$ 53 milhões.
Contudo, o que se vê nas ruas de Aracaju é o colapso de um serviço essencial. O lixo se acumula em diversos bairros, o cronograma de coleta tem sido frequentemente desrespeitado, e agora os próprios trabalhadores estão sendo prejudicados por empresas que demonstram fragilidade financeira e operacional. O argumento de economia, ao que tudo indica, está gerando prejuízos maiores à municipalidade – tanto na insatisfação popular quanto nos riscos à saúde pública.
A Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) confirmou o impacto da paralisação nos bairros das zonas Sul, Central e Norte e informou que está em contato com a Renova para a retomada dos serviços. No entanto, este já é mais um capítulo de uma série de problemas enfrentados desde a substituição da antiga prestadora.