Fazenda eleva previsão de crescimento do PIB em 2025 para 2,4% e ajusta projeção de inflação para 5%

25/05/2025 às 12:09:28

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou, nesta segunda-feira (19), suas projeções para a economia brasileira em 2025. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,3% para 2,4%, segundo a nova edição do Boletim Macrofiscal. Já a expectativa para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,9% para 5%.

A leve alta na projeção do PIB está relacionada a uma estimativa mais robusta para o desempenho da agropecuária e à previsão de que o país terá um avanço de 1,6% no primeiro trimestre deste ano – resultado ainda a ser confirmado oficialmente em junho. No entanto, a Fazenda projeta uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre. A previsão de crescimento para 2026 foi mantida em 2,5%.

No caso da inflação, o novo número ultrapassa o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos – ou seja, o limite superior é de 4,5%. Para 2026, a estimativa subiu de 3,5% para 3,6%.

De acordo com a SPE, o aumento da projeção para o IPCA decorre de variações inesperadas observadas em março e de pequenas revisões nas expectativas para os próximos meses. A redução mais consistente da inflação, segundo o boletim, só deve ser percebida a partir de setembro.

Desempenho por setor

A revisão para cima do crescimento do PIB também foi acompanhada por ajustes nas previsões setoriais. A agropecuária, impulsionada pelo bom desempenho esperado das safras de soja, milho e arroz, teve sua projeção elevada de 6% para 6,3%. A indústria, por sua vez, teve a expectativa mantida em 2,2%, enquanto os serviços tiveram a previsão revisada de 1,9% para 2%.

Outros índices de inflação

Além do IPCA, o Boletim Macrofiscal também atualizou as projeções para outros indicadores. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve de base para o reajuste do salário mínimo e aposentadorias, deverá encerrar 2025 com alta de 4,9%, ante os 4,8% estimados em março.

Já o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reflete a variação de preços no atacado, construção civil e consumo final, foi revisto para baixo: de 5,8% para 5,6%. Esse índice costuma ser mais sensível às oscilações do câmbio.

Essas projeções serão utilizadas no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, previsto para o próximo dia 22. O documento bimestral orienta o planejamento do Orçamento da União, influenciando eventuais contingenciamentos de despesas não obrigatórias, de acordo com as metas fiscais e os limites de gastos estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal.