Enchentes em Aracaju: A contradição da prefeita que prometeu um novo caminho, mas segue o mesmo roteiro

Em 2023, ainda como vereadora de oposição, Emília Corrêa fez um pronunciamento contundente cobrando da então gestão municipal ações simples, porém eficazes, contra as recorrentes enchentes que castigam Aracaju. “Não é a chuva o problema. O problema é a gestão que não faz absolutamente nada”, afirmou, indignada, citando a falta de limpeza de bueiros e a ausência de um plano preventivo de drenagem urbana.
Dois anos depois, Emília Corrêa se tornou a primeira mulher a assumir a Prefeitura de Aracaju, eleita com o compromisso de romper com a histórica omissão do poder público. No entanto, com as primeiras chuvas intensas deste ano, a capital sergipana voltou a registrar cenas dramáticas de alagamentos, prejuízos e moradores ilhados. Até agora, nenhuma medida concreta de prevenção ou enfrentamento foi apresentada por sua gestão, frustrando a expectativa de mudança.
Nos últimos dias, um vídeo com o antigo discurso da então vereadora passou a circular nas redes sociais, reacendendo o debate sobre a coerência entre discurso e prática. Nele, Emília critica justamente a falta de ações preventivas — as mesmas que sua própria administração tem deixado de adotar. Assim, a prefeita acaba por confirmar a velha máxima: falar é fácil, executar é outra história.
Diante da dificuldade em apresentar soluções novas para problemas antigos — como as enchentes que agora voltam a atingir Aracaju —, evidencia-se a contradição de uma gestora que prometeu trilhar um novo caminho administrativo, mas que, na prática, tem seguido apenas o roteiro de sempre.