Descaso: Escolas públicas de Monte Alegre entram no rol das mais precárias de Sergipe

A precariedade das condições físicas das escolas públicas de Monte Alegre de Sergipe voltou aos holofotes — e, mais uma vez, pelas piores razões. O município foi incluído em uma força-tarefa do Ministério Público de Sergipe (MPSE) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE), que revelou um retrato alarmante da realidade escolar local: falta de água potável, ausência de esgotamento sanitário, banheiros quebrados e fossas improvisadas ainda fazem parte da rotina de estudantes monte-alegrenses em pleno 2025.
A vistoria, que integra o projeto nacional “Sede de Aprender”, foi realizada entre os dias 2 e 6 de junho. Com base nos dados do Painel BI do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Monte Alegre figura entre os 13 piores municípios sergipanos em termos de infraestrutura escolar.
Enquanto a gestão municipal se concentra em discursos vazios, propaganda enganosa e festividades, a realidade nas salas de aula é dramática, especialmente nas comunidades rurais, onde o abandono é ainda mais evidente. Alunos estudam em condições insalubres, professores atuam sem a mínima estrutura e as famílias assistem, impotentes, à violação diária do direito básico a uma educação digna.
O relatório da força-tarefa aponta irregularidades graves, entre as quais:
- Escolas sem abastecimento de água tratada;
- Sanitários quebrados ou inexistentes;
- Fossas sépticas improvisadas e expostas;
-Estruturas físicas comprometidas por anos de negligência.
Mesmo após sucessivas promessas da gestão anterior e da atual, o cenário de descaso permanece o mesmo, sem qualquer perspectiva concreta de mudança. O discurso bonito não chega às escolas. O que se presencia é um descaso crônico e a repetição de um ciclo de abandono que se renova a cada nova gestão — quase sempre comandada pelo mesmo grupo político que domina a cidade há anos.
O Ministério Público já instaurou procedimentos administrativos para investigar e cobrar providências. Mas a pergunta que ecoa nas ruas e nas salas de aula do município é: será que agora, com a exposição pública do problema, a Prefeitura tomará vergonha e fará o que precisa ser feito?
Recursos federais não faltam para manter uma estrutura educacional de qualidade. A dúvida que permanece é: para onde está indo esse dinheiro? A resposta precisa ser dada — com transparência, seriedade e ações concretas.