Contrato sem licitação chama atenção em Lagarto por alto valor durante período baixa produtividade

21/06/2025 às 11:42:18

A contratação foi formalizada no último dia 6 de junho e, segundo a administração municipal, foi motivada pela necessidade de dar continuidade a serviços da Secretaria de Obras, como manutenção de estradas e pavimentação, afetados pelas fortes chuvas. Entretanto, causa estranheza a realização de um investimento tão expressivo justamente em um período no qual, por motivos climáticos, há natural redução na produtividade dessas frentes de trabalho.

O histórico recente também levanta dúvidas. Entre fevereiro e março deste ano, quando o município estava sob decreto de emergência financeira, foram gastos cerca de R$ 1 milhão em contratos semelhantes com a mesma empresa. Agora, já fora do decreto e em período considerado mais adverso para execução de obras, o valor contratual aumentou significativamente, chegando a R$ 1,867 milhão, apesar da duração ainda menor — apenas 45 dias. O que justificaria essa elevação tão expressiva?

Outro ponto relevante é que, segundo informações da imprensa local, parte dos veículos alugados — como caminhões-pipa e caçambas — seriam do mesmo tipo dos que estão sendo entregues à prefeitura via emendas parlamentares do deputado federal Fábio Reis. Esses equipamentos, inclusive, já estariam na garagem do município nesta sexta-feira (21). O cenário sugere a necessidade de esclarecimentos sobre possível sobreposição de recursos ou falha de planejamento logístico.

Há ainda especulações sobre uma possível motivação pessoal por trás da contratação. Circulam comentários de que o responsável pela UNIR seria amigo próximo do prefeito Sérgio Reis, e que o contrato emergencial poderia ter servido, em tese, como forma de compensar perdas financeiras após a empresa deixar de operar um contrato milionário com a Deso. Apesar de não haver, até o momento, comprovação concreta sobre essa possível relação de favorecimento, o contexto exige atenção das autoridades competentes.

Diante desses elementos, o contrato firmado pela atual gestão levanta questionamentos sobre sua legalidade, necessidade e motivação. O Ministério Público e órgãos de controle devem ser acionados para apurar se houve abuso administrativo ou eventual direcionamento indevido de recursos públicos.