Chuvas caem, festas seguem, e decreto de emergência do prefeito de Monte Alegre deve bloquear crédito rural e revolta agricultores

O prefeito do município de Monte Alegre de Sergipe, Evandro Silva (PSD), decretou estado de emergência por estiagem justamente no momento em que chuvas começavam a cair e agricultores se preparavam para o plantio. A decisão surpreendeu e revoltou os trabalhadores do campo, pois bloqueou o acesso ao crédito rural essencial para a produção agrícola e pecuária. Com o decreto, o município passou a ser classificado como área de risco climático, o que dificulta ou até impede a liberação de financiamentos, seguros e recursos já aprovados. Enquanto, isso, festas com custos milionários seguem sendo realizadas pela prefeitura local.
Para a população rural, o decreto não reflete a realidade climática atual e levanta suspeitas de uso político, servindo como justificativa para despesas emergenciais sem licitação, como festas e contratos milionários. A medida, enquanto fecha as portas para o crédito de quem planta e cria, abre caminho para gastos públicos sem transparência, gerando sensação de abandono e revolta nas comunidades.
Especialistas explicam que decretos de emergência climática impactam diretamente o sistema financeiro rural, tornando quase impossível a liberação de recursos mesmo com projetos prontos. Agricultores relatam frustração e indignação, após investirem no preparo da terra e dependerem do crédito que agora foi travado. A precariedade das estradas, já um desafio diário, agrava ainda mais a situação.
O sentimento predominante entre os moradores é de que o decreto virou um instrumento de prejuízo, não de proteção. Enquanto o campo enfrenta obstáculos para produzir, a prefeitura promove festas. "Enquanto a chuva cai, o crédito seca", resume um agricultor, refletindo a sensação de abandono de quem vive da terra e sustenta a cidade.