Por que Sergipe não tolera o crime

| Por Matheus Ramalho - Advogado
Na sexta-feira passada, cumprindo meu ritual matinal, assistia ao Jornal da Fan FM. Me chamou a atenção, naquela edição, o tempo de programa e a ênfase que Narcizo Machado dava em ser um “ABSURDO”, a prisão realizada na quinta anterior, dia 29, de um policial penal em nosso Estado.
O agente prisional em questão foi preso em flagrante, no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), localizado em São Cristóvão, por facilitar a entrada de um celular e um carregador na unidade. O tom alarmado, firme do locutor não apenas ecoou como manchete, mas sinalizou o que de fato interessa: a reação de um Estado que insiste em não tolerar desvios de conduta.
A narrativa criminal sempre teve o grande local de destaque em programas jornalísticos, desde o início que o jornal começou a ser vendido. Foram minutos do apresentador comentando sobre a gravidade do fato e a urgência que se deu ao caso, inclusive sendo, merecidamente, parabenizado o trabalho da Corregedoria da Secretaria de Estado da Justiça, pela diligência em combater esse tipo de prática.
Faço esse relato, com orgulho: primeiro, porque o caso do celular no presídio foi a grande notícia criminal do dia! Não se viu qualquer outra notícia relevante nas páginas policiais. Porém, o que chamou minha atenção, acima de qualquer relato, foi a indignação veemente do locutor, uma clara demonstração de que Sergipe não tolera o crime!
Sem qualquer anuência com a conduta do agente penal, basta que façamos um exercício simples: abrir qualquer seção policial da maioria absoluta dos jornais de outros Estados brasileiros. Facções tomando território urbano e rural, ditando o preço dos insumos básicos dos moradores; violência com emprego de armas de grosso calibre pelas grandes vias em plena luz do dia; “arrastões” em grandes centros financeiros e comerciais... O crime que espanta aos sergipanos é coisa ínfima perto do que sofrem outros brasileiros!
E essa talvez seja uma das nossas grandes virtudes: não perdemos a capacidade de nos indignar com o mínimo! E isso é o MÁXIMO!
Sergipe não tolera o roubo de celular dentro do ônibus, não relativiza a pequena violência urbana, tampouco aceita que uma comunidade seja regida por qualquer grupo criminoso. Todo delito que se insinua é pronta e efetivamente coibido com vigor. Não importa a região do Estado, ou o bairro da Grande Aracaju, as Forças Policiais estão sempre presentes, e a população em geral não arrefece, muito menos é conivente com o crime.
A diferença fica ainda mais evidente, quando olhamos para o mapa expandido: partilhamos 60% de nossas fronteiras com o Estado mais perigoso do Brasil, onde estão seis das dez cidades mais violentas do país, e está a triste medalha de ouro de latrocínios brasileiros. Para surpresa de muitos, a tragédia baiana não atinge seu vizinho menor. Mas como já dito, o mistério é de simples resolução: política pública desempenhada de forma séria, perene, e com forte respaldo popular!
O sucesso da condução da Segurança Pública em Sergipe já ganha destaque nacional: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que visitara o Estado recentemente, destacou, na última quarta-feira, em sessão da Câmara de Constituição e Justiça do Senado Federal, como Sergipe se mantém seguro em uma região que vem sendo, literalmente, tomada por facções criminosas.
O combate ao crime, em todas as suas dimensões, é uma política de Estado, que vem sendo valorizada de forma robusta pelo atual Governo do Estado, a quem estendo os parabéns e reforço a cobrança, que deve ser sempre permanente: somos e vamos permanecer intolerantes com a criminalidade!
Em Sergipe, o crime não se instala, não se acostuma.