Para Elber, contratação da Ramac no lixo é “precária” e mais um “remendo”; vereador cobra licitação em Aracaju

Por Flavão Fraga
A crise do lixo em Aracaju ganhou um novo capítulo na gestão da prefeita Emília Corrêa (PL), após a saída prematura da empresa Renova, contratada emergencialmente pela atual administração. A atuação da empresa agravou o cenário urbano, transformando Aracaju em uma espécie de lixeira a céu aberto. Agora, a Prefeitura contratou a empresa Ramac para substituir a Renova na coleta de resíduos da capital, mais uma vez sem licitação.
A decisão escancarou o grau de desorganização da gestão municipal. Emília Corrêa, que prometeu uma cidade limpa, organizada e com contratos formalizados por meio de processos licitatórios, não tem conseguido cumprir nenhuma dessas promessas. O resultado tem sido uma cidade suja, contratos precários e falta de transparência.
O vereador Elber Batalha (PSB) criticou duramente a nova contratação durante a sessão desta terça-feira, 10, na Câmara Municipal de Aracaju. Em discurso contundente, afirmou: “A contratação precária, provisória e sem licitação da Ramac é outro arremedo.” Segundo ele, a sucessiva substituição de empresas, sem o devido processo legal, apenas agrava a crise do lixo que toma conta da cidade.
Elber denunciou ainda que Aracaju, antes referência em limpeza urbana, hoje está “entregue ao lixo, às baratas, aos ratos e aos escorpiões”, com sacos e tonéis de resíduos se acumulando nas portas das casas por mais de dez dias.
Para o parlamentar, é urgente que a Câmara cobre da Prefeitura a realização de um processo licitatório transparente, amplo e definitivo. “Não dá para aceitar mais a quantidade de processos de dispensa de licitação que essa gestão tem. Parece que a prefeita Emília criou horror à licitação”, criticou. Ele também denunciou a falta de publicidade dos contratos emergenciais, o que, segundo ele, pode indicar uma tentativa de driblar a fiscalização e o controle social.
A troca repentina da Renova pela Ramac, sem qualquer debate público ou processo licitatório, foi classificada por Elber como mais um episódio de improviso e desorganização. Para ele, a postura da prefeita viola os princípios da administração pública e compromete seriamente a qualidade dos serviços prestados à população.
O episódio evidencia uma contradição gritante: enquanto o discurso oficial fala em eficiência e responsabilidade, a prática revela uma gestão atolada em contratos emergenciais, falhas de planejamento e falta de transparência.
A coleta de lixo — um serviço essencial à saúde pública e à dignidade urbana — segue refém de decisões políticas questionáveis. Aracaju, que já foi símbolo de organização, vive hoje um verdadeiro colapso sanitário, com lixo acumulado, indignação popular e um rastro de descaso.