Os impactos da federação União Progressista na conjuntura política em Sergipe

A criação da federação partidária União Progressista, oficializada nesta terça-feira (29) por União Brasil e Progressistas (PP), promete remodelar a correlação de forças na política nacional e, inevitavelmente, influenciar diretamente a conjuntura de Sergipe. Com uma estrutura já robusta — 109 deputados federais, 14 senadores, seis governadores e quase 1,4 mil prefeitos —, a federação nasce como a maior força legislativa do país, além de ser detentora da maior fatia dos fundos eleitoral e partidário.
Em solo sergipano, os líderes das duas siglas — André Moura (União Brasil) e Laércio Oliveira (PP) — sinalizam uma possibilidade concreta de convergência para 2026. A expectativa é que ambos alinhem seus projetos em torno da reeleição do governador Fábio Mitidieri (PSD), numa aliança que também deve contemplar a candidatura de André ao Senado. Laércio, com mais quatro anos de mandato, estaria em posição confortável para concentrar esforços na tentativa de eleger seu sobrinho, o vereador Levi Oliveira, à Câmara Federal.
A formação da federação em Sergipe não deve enfrentar os mesmos entraves políticos observados em outros estados. Ao contrário, há um ambiente propício para que União Brasil e PP acomodem suas lideranças e interesses com maior agilidade, consolidando uma frente política alinhada aos planos de ambos os caciques locais. A estrutura nacional da federação oferece a musculatura necessária para viabilizar candidaturas regionais e fortalecer o projeto em âmbito estadual.
Enquanto, no plano federal, a União Progressista se projeta como protagonista nas eleições presidenciais — com discursos enfáticos, como o do governador Ronaldo Caiado, que prometeu “subir a rampa do Planalto” —, em Sergipe, a nova federação representa a chance de unir “a fome com a vontade de comer”: Laércio reforça o projeto familiar, e André vê seu caminho ao Senado ganhar pavimentação, impulsionado por maior estrutura política e partidária.
Com o redesenho do cenário político, a movimentação da União Progressista em Sergipe tende a funcionar como instrumento de acomodação para os projetos imediatos de Laércio e André — ao menos no que diz respeito às próximas eleições.
