Inconformado e sem rumo, Thiago de Joaldo atira para todos os lados na tentativa desesperada de acender mandato apagado

O deputado federal de primeiro mandato Thiago de Joaldo (PP) tem adotado uma estratégia curiosa e calculada no cenário político sergipano: sem ainda reunir coragem suficiente para confrontar diretamente o governador Fábio Mitidieri (PSD), o parlamentar tem lançado farpas contra nomes de confiança do chefe do Executivo estadual. A mais recente vítima foi o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Mitidieri (PSB), primo do governador. Antes dele, a metralhadora verbal de Thiago já havia sido apontada para o secretário da Casa Civil, Jorginho Araújo (PSD).
Essa postura, segundo interlocutores próximos, faz parte de um jogo político no qual o deputado tenta, gradualmente, se afastar do campo governista para vestir de vez o figurino de opositor. No entanto, esse movimento tem sido feito com cautela — ou covardia, segundo adversários —, como quem deseja “largar o osso” apenas no momento mais conveniente.
A motivação para essa guinada, porém, parece ter raízes profundas. Thiago de Joaldo ainda não digeriu a derrota eleitoral sofrida por seu grupo político em Itabaianinha, após 28 anos de hegemonia na política local. A perda da prefeitura em sua cidade natal foi um duro golpe, que deixou o parlamentar fragilizado e com dificuldade para projetar seu mandato em nível estadual.
Com atuação discreta em Brasília e enfrentando sérios obstáculos para viabilizar uma reeleição em 2026, o deputado tem tentado de tudo para atrair os holofotes. Uma das ações mais inusitadas foi o vazamento de um bilhete revelando o suposto assunto de uma reunião com o atual presidente da Emsurb, Hugo Esoj — numa aparente tentativa de emplacar seu nome como possível pré-candidato ao governo do Estado.
Nos bastidores, a leitura é clara: Thiago sabe que seu caminho para permanecer na Câmara Federal está cada vez mais estreito, principalmente após a perda de influência em várias prefeituras. Por isso, estaria apostando numa cartada ousada (ou desesperada): disputar o governo do Estado em 2026. Mesmo que a derrota pareça provável, o objetivo seria tentar “perder para algo maior”, numa jogada de alto risco para manter-se politicamente relevante.
Enquanto isso, segue o teatro das indiretas, onde Thiago de Joaldo atira nos satélites que orbitam Fábio Mitidieri, na esperança de um dia, oportunisticamente, mirar diretamente no centro do poder.