Elber Batalha acusa prefeita Emília Corrêa de inimiga da licitação e denuncia gasto de R$ 18 milhões a mais na compra de ônibus elétricos

03/07/2025 às 16:05:07

Ao meio-dia desta quarta-feira, 2 de julho, o vereador de Aracaju e líder da bancada de oposição, Elber Batalha Filho (PSB), usou o microfone do programa Xodó News, na rádio Xodó FM, para desferir críticas contundentes contra a prefeita Emília Corrêa (PL). Segundo ele, a ex-vereadora que assumiu o comando da capital sergipana em 1.º de janeiro “não é a mesma Emília que pregava transparência” e hoje se transformou na “inimiga número 1 da licitação”.

“Campeã das dispensas”

Batalha acusa a gestão de ter batido “recorde histórico” de contratações sem licitação em apenas seis meses. “Entendo que janeiro ou fevereiro exijam medidas emergenciais, mas já estamos em julho e nada foi licitado”, afirmou, citando apenas um pregão da Secretaria Municipal de Educação como exceção.

Empréstimo de R$ 161 milhões e ônibus a R$ 3,6 milhões

O cerne da denúncia recai sobre o Projeto de Lei 108/2025, já aprovado pela Câmara, que autoriza a Prefeitura a contratar financiamento de até R$ 161 milhões para adquirir 30 ônibus elétricos e infraestrutura de recarga. Pelo projeto, cada veículo custaria R$ 3,6 milhões.

Ata de Belém sob suspeita

De acordo com o oposicionista, em vez de abrir licitação própria, a prefeita preferiu “carona” em um pregão eletrônico da Prefeitura de Belém (PA) — processo que, lembra ele, está sob investigação do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA) por indícios de superfaturamento. O mesmo modelo de ônibus, diz Batalha, custaria R$ 2,4 milhões em São Paulo ou R$ 2,6 milhões em Cascavel (PR). “Cada unidade sai R$ 1,2 milhão mais cara; em 15 ônibus isso dá R$ 18 milhões jogados pelo ralo”, calculou. O TCM-PA chegou a suspender a compra para apurar sobrepreço de quase R$ 1 milhão por veículo em Belém.

Próximos passos

Batalha promete acionar o Ministério Público de Contas e a Controladoria-Geral do Município para obter o número exato de dispensas realizadas no semestre e pedir que o processo de compra dos ônibus seja suspenso até que “o critério de menor preço seja observado”. Já a base governista argumenta que a cidade “não pode perder tempo” num projeto que, além de reduzir emissões, traz ar-condicionado, Wi-Fi e tomadas USB para a frota.