Ataques precipitados à Iguá miram a lacração eleitoral e ignoram os reais desafios da concessão da água em Sergipe

| Por Flavão Fraga
Ao acompanhar a escalada de críticas da oposição à atuação da Iguá — empresa que assumiu há apenas dois meses os serviços de água e esgoto em Sergipe — fica evidente o uso político-eleitoral dessas reclamações. Diante desse cenário, decidi investigar tecnicamente o tema e observar de perto o que já foi feito e o que está em andamento. O que encontrei, compartilho a seguir.
Desde 1º de maio de 2025, a Iguá é responsável pelo abastecimento e saneamento em 74 municípios sergipanos (exceto Aracaju), com previsão de investir R$ 6,3 bilhões ao longo dos próximos 35 anos. A meta é ousada e urgente: universalizar os serviços até 2033, como prevê o Marco Legal do Saneamento.
Mesmo com o curto tempo de operação, a empresa já atua em diversas frentes emergenciais e estruturantes, revertendo — ainda que de forma gradual — um colapso hídrico acumulado por décadas. Ainda assim, setores da oposição preferem transformar os desafios herdados em munição eleitoral, ignorando os primeiros resultados concretos.
É preciso dar tempo e confiança para que a nova gestão se consolide. A Iguá já atua em 121 municípios de seis estados, é reconhecida há oito anos pelo Great Place to Work, integra o Pacto Global da ONU e tem compromisso com segurança hídrica, sustentabilidade, redução de perdas e inclusão social. Com esse histórico, a empresa merecia, no mínimo, mais tolerância e responsabilidade no julgamento.
Claro que há espaço para melhorias, especialmente na comunicação com a população. Mas é importante compreender: reverter um passivo histórico não acontece da noite para o dia. É um processo que exige planejamento, técnica, investimento e transparência.
Transição leva tempo — mas os resultados já aparecem
A mudança de um modelo público sucateado para uma gestão privada regulada leva tempo. A empresa tem até 18 meses para apresentar seu plano diretor completo, mas já há melhorias perceptíveis em dezenas de cidades.
Obras emergenciais e ações estruturantes em andamento
A atuação da Iguá já começa a fazer diferença em diversas regiões:
- Construção de adutoras em Poço Redondo, Porto da Folha e Moita Bonita;
- Interligação de rede em Itaperinha (Lagarto), beneficiando centenas de famílias;
- Correção de mais de 4 mil vazamentos em Nossa Senhora do Socorro;
- Regularização do abastecimento para 1.800 produtores em Nossa Senhora da Glória;
- Implantação de 59 km de novas tubulações ainda em 2025;
- Compromisso firmado com o TCE para garantir água potável em todas as escolas estaduais.
Porto da Folha: resposta rápida e eficaz
Nos povoados Canudos, Alto do Vicano, Maria Dória e Borocotó, a Iguá atuou com agilidade: substituiu redes, instalou redutores, reparou vazamentos e conectou residências à rede principal. Os resultados foram visíveis em menos de 15 dias. Além disso, uma nova adutora de 10 km já está em construção, com entrega prevista para o segundo semestre, beneficiando mais de 5 mil moradores.
Críticas miram o palanque, não a realidade
Uma análise honesta revela que a concessão já apresenta avanços com agilidade e técnica, especialmente em áreas historicamente esquecidas. Ignorar esses dados em nome de discursos eleitoreiros é desonesto — ou, no mínimo, oportunista.
Parte da oposição age como se a crise hídrica tivesse começado ontem, ignorando o colapso que se arrastou por décadas. Antecipam críticas, fabricam uma crise e exploram o desconhecimento técnico da população para sustentar narrativas políticas. A pauta virou palanque — e a população, massa de manobra.
Sergipe precisa de água, investimento, infraestrutura e gestão eficiente. Não de ataques precipitados movidos por cálculo eleitoral. Que as críticas venham, sim — mas que sejam justas, responsáveis e embasadas na realidade. O que está em jogo é um direito básico da população, não apenas uma disputa por votos em 2026.
